Redes de fibra ótica de várias operadoras de telecomunicações foram “sabotadas” em seis áreas da França, informou a polícia nessa segunda-feira (29). Paris, sede dos Jogos Olímpicos, não foi afetada.
As depredações sofridas nas redes de fibra ótica das operadoras afetaram serviços de internet por fibra ótica, de telefonia fixa e telefonia móvel, segundo a secretária de Estado para assuntos digitais francesa, Marina Ferrari. “Condeno com a maior firmeza esses atos covardes e irresponsáveis”, disse Marina.
Ainda não se sabe o tamanho do impacto do vandalismo nas redes de fibra ótica francesas. Segundo a secretária, equipes estão trabalhando para reparar as linhas de fibra ótica por todo o país.
Um oficial da polícia francesa afirmou que pelo menos seis departamentos administrativos da França foram afetados, incluindo a região ao redor da cidade mediterrânea de Marselha, que está sediando competições de futebol e vela olímpicos.
O incidente ocorreu três dias após atos coordenados de sabotagem paralisarem os serviços de trens de alta velocidade horas antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas, perturbando a viagem de centenas de milhares de pessoas.
Os operadores de telecomunicações Bouygues e Free confirmaram que seus serviços foram afetados. Relatos da mídia francesa dão conta de que linhas operadas pelo provedor SFR também foram atingidas. A empresa-mãe da Free afirmou que suas equipes estão mobilizadas para restaurar os serviços.
Uma pessoa foi presa no domingo (28) estava em uma estação de serviço da SNCF, operadora de trens de alta velocidade, por ter relação com a sabotagem da última sexta. O suspeito tinha em seu veículo “chaves de acesso a locais técnicos da SNCF”, “alicates de corte”, “um conjunto de chaves universais”, entre outros itens, além de literatura relacionada à extrema-esquerda, segundo uma fonte policial ouvida pela AFP.
Linhas de trem
Linhas de trens de alta velocidade de Paris, que ligam a cidade a outras regiões da França e a outros países, foram alvo de um ataque na última sexta-feira (26), segundo as autoridades francesas. O ataque aconteceu durante a madrugada, horas antes da abertura dos Jogos Olímpicos.
Houve roubo e incêndio de cabos de fibra óptica, que enviam informações sobre os trajetos dos trens para a segurança dos motoristas, de acordo com veículos internacionais. Mais de 800 mil pessoas foram afetadas pelos ataques.
A ação fez com que as operações da maior parte dos Trens de Alta Velocidade, do sistema TGV (na sigla em francês), fossem paralisadas. Houve atrasos e cancelamentos em viagens e as estações amanheceram com filas.
O primeiro-ministro francês Gabriel Attal descreveu a série de incêndios como “atos de sabotagem” realizados de maneira “preparada e coordenada”. O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, disse que espera realizar prisões de suspeitos do ataque em breve. Veja o que disseram outras autoridades francesas sobre o ataque.
A polícia da Bélgica anunciou na quinta (25) a prisão de sete suspeitos de planejar um ataque terrorista. A acusação da promotoria belga não deixa claro onde seriam os ataques do grupo e nem se há uma relação com os ataques às linhas de trens na França. Na sexta, autoridades belgas disseram que os suspeitos continuavam sob custódia.
Os TGVs ligam Paris a cidades de outras regiões da França e a outros países europeus. Como as viagens duram poucas horas, os ataques devem impactar quem se programou para viajar nesta sexta à capital francesa para acompanhar a abertura das Olimpíadas.
Os principais alvos foram as estações das linhas que ligam Paris a cidades como Lille, no norte, Bordeaux, no sudoeste, e Estrasburgo, no leste. Outro ataque, que liga Paris às cidades de Lyon e Marseille, ao sul do país, foi frustrado, segundo o jornal francês “Le Monde”. As informações são do portal de notícias G1.