A doença de Parkinson vai afetar 25,2 milhões de pessoas em todo o mundo até 2050, um aumento de 112% em relação a 2021, segundo novo estudo publicado na revista científica The BMJ. Cientistas destacaram que isso se dará em grande parte por conta do envelhecimento da população mundial.
É estimado também que a prevalência da doença de Parkinson em todas as idades chegará a 267 casos por 100 mil em 2050 (243 para mulheres e 295 para homens), enquanto a prevalência padronizada por idade deverá aumentar em 55%, para 216 casos por 100 mil.
Esta condição é degenerativa, ou seja, ela causa um desgaste progressivo. A substância negra (células nervosas em parte dos gânglios basais) do cérebro se degeneram e passam a produzir menos dopamina.
Assim, o indivíduo começa a sofrer tremores, além de conviver com lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, alterações na fala e na escrita ao longo do tempo. A progressão dos sinais e sintomas varia entre as pessoas acometidas. Outro ponto é que não existe cura para a doença, mas ela é tratável.
Para chegar à estimativa, os pesquisadores utilizaram dados do Estudo Global Burden of Disease Study 2021 para estimar a prevalência específica da doença de Parkinson por idade, sexo e ano em 195 países e territórios de 2022 a 2050, bem como os fatores que impulsionam as mudanças no número de casos.
O envelhecimento populacional será o principal impulsionador (89%) desse aumento, seguido pelo crescimento populacional (20%), com padrões diferentes nos níveis regional e nacional. A maior parte dos novos casos ocorrerá em países do Leste Asiático (10,9 milhões), onde estão localizados Japão, China, Coreia do Sul, e Hong Kong, seguido pelo Sul da Ásia (6,8 milhões), região que abarca Bangladesh, Índia, Maldivas e Nepal.
A projeção também prevê que pessoas com mais de 80 anos tenham a maior prevalência (2.087 casos por 100.000) em 2050, enquanto a diferença de casos entre homens e mulheres também deverá aumentar globalmente de 1,46 em 2021 para 1,64 em 2050. Nesse sentido, de acordo com os pesquisadores, a melhor forma de prevenção a longo prazo é a prática de exercícios físicos.
Contudo, o estudo deve ser interpretado com parcimônia, como indicam os cientistas responsáveis pela análise. As principais limitações encontradas pela equipe foram baixa disponibilidade e qualidade de dados em algumas regiões, falta de dados sobre fatores de risco além da demografia e incapacidade de prever com precisão a prevalência de Parkinson em vários grupos étnicos.
“Existe uma necessidade urgente de que pesquisas futuras se concentrem no desenvolvimento de novos medicamentos, técnicas de engenharia genética e terapias de substituição celular que visem modificar o curso da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, concluem. As informações são do jornal O Globo.