Há algumas técnicas para auxiliar pessoas com Doença de Parkinson que enfrentam dificuldades para andar. No entanto, estudo publicado na revista científica “Neurology”, da Academia Norte-Americana de Neurologia, mostra que a maioria desconhece a existência dessas práticas. “Sabemos que os pacientes com Parkinson intuitivamente criam mecanismos para superar suas limitações, com o objetivo de garantir sua mobilidade e independência. Entretanto, muitos não recebem informações sobre as estratégias de compensação que existem para esse quadro”, afirmou a médica Anouk Tosserams, autora do trabalho.
Os pesquisadores entrevistaram 4.324 indivíduos com Parkinson e algum comprometimento, como falta de equilíbrio, andar arrastando os pés ou travar repentinamente, o temido congelamento. Entre os participantes, 35% relataram que as dificuldades de deslocamento interferiam nas atividades do dia a dia; 52% tinham tido uma ou mais quedas no ano anterior.
Em seguida, foram apresentadas as estratégias de compensação. Embora todos recorressem a algum tipo de adaptação para caminhar, 17% nunca tinham ouvido falar de qualquer técnica que pudesse ajudá-los e 23% não tinham experimentado nenhuma delas.
Apenas 4% tinham conhecimento das chamadas sete estratégias, descritas aqui, lembrando que sua experimentação e adoção devem que ser discutidas com o médico e vão depender do estágio da enfermidade.
A primeira é se valer de uma “pista” ou “deixa” interna para ter consciência do movimento – por exemplo, seguir uma contagem dentro da cabeça.
A segunda é a “pista” externa, como se deslocar no ritmo de um metrônomo (aparelho que, através de pulsos de duração regular, indica um andamento musical).
Terceira: criar um padrão de marcha distinto, como pisar forte em cada passada.
Quarta: incrementar a ação a partir da observação, assistindo a outra pessoa caminhar.
Quinta: treinar movimentos diferentes, como pular ou andar de costas.
Sexta: exercitar as pernas de outra forma, pedalando ou engatinhando.
Sétima: atuar no quadro mental e emocional através de técnicas de relaxamento.
O grande desafio é que o que antes era natural e automático se torna algo que tem que ser reaprendido. No Brasil, estudos avaliaram que o treino com pistas visuais, feito com marcadores no solo, parece ter efeito positivo, uma vez que se torna eficaz na regulação do comprimento do passo. O treinamento de marcha em esteira também tem se mostrado eficiente, de acordo com levantamento de pesquisadores do Hospital Albert Einstein.