Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2017
Três parlamentares gaúchos foram citados pelo ex-executivo da Odebrecht Valter Luis Arruda Lana, durante delação premiada na Operação Lava-Jato. Lana afirma que foi procurado pelo ex-senador Sérgio Zambiasi (PTB) e pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT), pedindo ajuda financeira em troca de emendas favoráveis a uma obra no porto de Rio Grande.
“Os deputados se reuniam, juntavam-se para isso e discorriam sobre quais são os 10 projetos que iriam tocar no Rio Grande do Sul”, disse o delator. Segundo Lana, a pedido de Zambiasi foram feitas doações mensais de R$ 11 mil a uma instituição de caridade de Porto Alegre. O valor foi incluído no sistema de informática utilizado pelo “setor de propina” da Odebrecht. O ex-senador era referido com o codinome “Zambão”.
Lana contou que visitou a sede da entidade indicada por Zambiasi e ficou comovido ao ver as más condições em que as pessoas eram mantidas. Por isso, fez doações do próprio bolso.
Lana afirmou ter colaborado com Pimenta, por meio de doação oficial. Ele citou também o nome do deputado federal Darcísio Perondi (PMDB), mas disse “não ter certeza” se foi procurado por ele. “Não quero acusar ninguém levianamente”, ponderou.
Perondi disse que Lana foi irresponsável ao citar seu nome. “Eu não estou na lista. Não há absolutamente nada entre mim e a Odebrecht”, declarou.
O ex-senador Sérgio Zambiasi disse que sugeriu a Lana que fosse conhecer a instituição citada na delação. A conversa teria acontecido durante um evento em Porto Alegre. Zambiasi relatou que suas emendas apresentadas durante os mandatos eram focadas na área social e de acolhimento e, por isso, não têm relação com a empreiteira.
Paulo Pimenta afirmou que nunca destinou emendas ao porto de Rio Grande.