Parlamentares manifestaram perplexidade com a prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), ocorrida nesta quarta-feira (25). Petistas da Câmara dos Deputados falaram em “apreensão” e “indignação”. Na avaliação deles, não houve flagrante e o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu um precedente “perigoso”. “É um clima de apreensão. É a primeira vez na República que acontece um fato como este”, afirmou o deputado Afonso Florence (PT-BA).
O deputado e advogado Wadih Damous (PT-RJ) também expressou preocupação. “É um cenário preocupante e de violação da ordem jurídica. Está se produzindo uma situação de insegurança jurídica no País”, avaliou. Para ele, a prisão de Delcídio é “aparentemente inconstitucional” e, com a medida, o STF acabou criando uma nova modalidade de flagrante, classificado por ele de “flagrante permanente”.
A prisão de Delcídio também foi o assunto mais importante do dia no Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou em coletiva que recebeu a notícia com surpresa. Ele não respondeu, porém, se ficou ou não com medo de ser detido também com o precedente aberto a partir da prisão de um senador no exercício do mandato.
O senador gaúcho Paulo Paim (PT) citou que houve constrangimento entre os colegas: “Todo mundo ficou surpreendido. Todo mundo ficou perplexo e não imaginava que isso ia acontecer. E, claro, constrangimento generalizado aqui na Casa”.
O opositor Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi mais incisivo: “Deprimente a informação de que ele estaria atrapalhando as investigações. Pelo menos as instituições aqui não se transformaram em instituições bolivarianas. Ou seja, todas as denúncias estão sendo investigadas”, disse o senador.