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Parlamentares vão cobrar o procurador-geral da República por causa de lentidão com inquéritos contra Bolsonaro

Gonet se manifestou contra pedido de "codeputadas" psolistas que pediam investigação de Tarcísio por ida ao Alvorada em novembro de 2022.(Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE)

Deputados e senadores governistas que participaram da CPMI do 8 de Janeiro vão usar uma audiência da Comissão de Defesa da Democracia (CDD) do Senado na próxima quarta-feira (27), para cobrar o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pela lentidão para analisar inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Originalmente, a reunião foi planejada para debater o apoio e a rejeição à direita e seus impactos políticos no Brasil, no Chile e na Argentina, a pedido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) – que preside a Comissão de Defesa da Democracia e foi relatora da CPMI que investigou os ataques golpistas aos Três Poderes.

Depois do atentado em que um homem se matou com explosivos a poucos metros do STF e da operação da Polícia Federal (PF) que prendeu militares que planejaram assassinar o presidente Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, a senadora chamou os ex-colegas da comissão mista de inquérito para uma manifestação.

Além de Eliziane, fazem parte do grupo antibolsonarista na CPMI do 8 de Janeiro o senador Humberto Costa (PT-PE) e deputados como Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG) e Rubens Pereira Júnior (PT-MA).

Os parlamentares dizem que a demora da Procuradoria-Geral da República
(PGR) para agir nos inquéritos de que o ex-presidente é alvo resultam de um
“cálculo político” que o ataque do homem-bomba e a operação da PF contra
os militares que queriam impedir a posse de Lula provaram ter sido
equivocado.

Alguns desses congressistas se reuniram há cerca de dez dias com Gonet para
questioná-lo sobre o andamento das acusações contra Bolsonaro. O
procurador-geral respondeu que estava à espera da conclusão dos trabalhos da PF nos inquéritos da falsificação da carteira de vacinação, da venda ilegal
de joias no exterior e da minuta de golpe para apresentar uma denúncia.

Prisões

A PGR se manifestou a favor da prisão dos militares e do policial federal alvos da operação da Polícia Federal de terça-feira (19) que mirou uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado após as eleições de 2022.

O parecer, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), é assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. A manifestação foi feita depois que o ministro Alexandre de Moraes enviou o caso para avaliação do órgão.

De acordo com o documento, “há provas suficientes da existência de crime e indícios razoáveis de autoria”.

O parecer menciona ainda que a “gravidade das condutas veiculadas e sua natureza violenta evidenciam, ainda, o perigo concreto de que a permanência dos investigados em liberdade ponha em risco a garantia da ordem pública”.

Dessa forma, a PGR classifica a medida como “proporcional”.

“A prisão dos envolvidos é necessária, ainda, à instrução criminal, na medida em que permitirá a correta compreensão da extensão das condutas perpetradas”, diz outro trecho do documento.

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