O Parlamento Europeu aprovou na última quinta-feira (19) a resolução para que a câmara reconheça Edmundo González como “presidente legítimo e democraticamente eleito da Venezuela”, bem como reconheça María Corina Machado “como líder das forças democráticas na Venezuela.” A medida apresentada pelo Partido Popular Europeu recebeu 309 votos a favor e 201 contrários. Houve 12 abstenções.
A moção marca a posição do parlamento à situação pós-eleitoral da Venezuela e transmite um pedido a todos os Estados-membros da União Europeia para que façam o mesmo. No entanto, a resolução não é vinculativa para os países que compõem o bloco comunitário.
Até à data, os 27 líderes do bloco continuam a solicitar às autoridades venezuelanas que apresentem os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho.
Por proposta do Partido Popular, tanto o Parlamento espanhol como o Senado espanhol também reconheceram González como o vencedor das eleições realizadas em 28 de julho.
Com a aprovação de ambas as iniciativas não legislativas, as duas câmaras pediram ao Governo espanhol que fizesse o mesmo, mas o Executivo descartou a possibilidade.
O Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, chegou a salientar que não iria modificar a sua posição e que estaria trabalhando em conjunto com os restantes parceiros da União Europeia para “encontrar uma saída que transmita a vontade democrática expressada nas urnas pelo povo venezuelano”.
González agradece
González agradeceu na quinta-feira ao Parlamento Europeu pela aprovação da resolução. “Os venezuelanos querem a mesma coisa que os europeus conseguiram alcançar no nosso tempo: viver em liberdade e democracia, sob um Estado de direito (…) Como venezuelano, não estou sozinho. Muito pelo contrário. Estou acompanhado por aquela voz estrondosa de todo um povo que, onde quer que esteja, anseia por se reunir com um futuro de liberdade e bem-estar”, disse o candidato presidencial em comunicado publicado no site Vente Venezuela.
Alerta
“Eles estão vindo atrás de você”: segundo Edmundo González, candidato da oposição na Venezuela, esse foi o alerta que o fez decidir deixar seu país e buscar asilo político na Espanha.
Em entrevista à agência de notícias Reuters nessa sexta-feira (20), em Madri, o venezuelano, que recentemente foi reconhecido como o presidente eleito pelo Congresso espanhol e pelo Parlamento Europeu, contou que estava ameaçado pelas forças de segurança que apoiam Nicolás Maduro e disse acreditar que, se tivesse permanecido no país, estaria preso e, possivelmente, sob tortura.
“Um oficial de segurança que trabalhava comigo me chamou de lado para dizer que tinha recebido informações de que os órgãos de segurança estavam vindo atrás de mim e que era melhor me refugiar. Eu poderia ter me escondido, mas precisava ser livre para poder fazer o que estou fazendo, transmitindo ao mundo o que está acontecendo na Venezuela, fazendo contatos com líderes mundiais”, disse ele. As informações são da CNN e do portal de notícias G1.