Parte dos aliados de Lula é contra a prisão de Bolsonaro
Redação O Sul
Embora a militância petista faça coro público em defesa da prisão de Jair Bolsonaro, parte considerável dos auxiliares e aliados de Lula é contra a detenção do ex-presidente da República agora.
As informações são da coluna de Igor Gadelha no site Metrópoles.
A posição está baseada no cálculo político de que a eventual prisão de Bolsonaro poderia favorecer o ex-chefe do Palácio do Planalto eleitoralmente, ao ajudá-lo a construir a imagem de “mártir”.
A avaliação desses petistas é de que o melhor cenário para Lula no momento seria a Justiça Eleitoral tornar Bolsonaro inelegível, sem que a Justiça comum mande prender o ex-mandatário.
Em conversas reservadas, aliados de Lula admitem que a prisão do petista o ajudou eleitoralmente, ao contribuir para reforçar o discurso de que ele era alvo de perseguição política.
No caso de Lula, porém, ele só conseguiu se beneficiar eleitoralmente pela prisão após ter conseguido anular suas condenações da Operação Lava-Jato, o que o permitiu disputar as eleições em 2022.
Na última sexta-feira (13), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acolheu um pedido da Procuradoria- Geral da República e incluiu Bolsonaro no inquérito que investiga a autoria intelectual doas invasões terroristas de 8 de janeiro.
A decisão de Moraes foi motivada pelo fato de Bolsonaro ter compartilhado, na semana passada, um vídeo no qual sugeriu que a eleição de Lula foi fraudada pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelo STF.
Inelegibilidade
De acordo com o colunista Guilherme Amado, também do site Metrópoles, o comando do PL, partido de Bolsonaro, já considera inevitável a decretação da inelegebilidade do ex-presidente, e trabalha com a perspectiva de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja sua herdeira política.
Michelle já é filiada à sigla e trabalhou durante a campanha de reeleição principalmente com o público evangélico. A ideia do PL é ampliar o escopo de atuação da ex-primeira-dama, de maneira a prepará-la para eventualmente ser o nome do partido e do bolsonarismo na disputa pela Presidência em 2026.