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Política Partido de Bolsonaro examina possibilidades de prisão do ex-presidente

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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto acredita em uma condenação do capitão reformado. (Foto: Reprodução)

Se há poucos meses era majoritária a percepção de membros do PL de que Jair Bolsonaro não seria preso por tentativa de golpe, hoje a leitura no partido é outra. É consenso entre a cúpula e os integrantes da sigla que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso culminará na prisão do ex-presidente.

O próprio presidente do PL, Valdemar Costa Neto, faz parte do grupo que mudou de visão e acredita em uma condenação do capitão reformado.

Antes, uma ala do partido fazia a avaliação de que os magistrados poderiam dar uma pena baixa, que livrasse Bolsonaro de ir para a cadeia, na busca de fazer um gesto à classe política e evitar desgaste com a opinião pública alinhada ao ex-presidente. Depois do relatório final da Polícia Federal que indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas pelo plano de golpe, incluindo assassinato de autoridades, a avaliação unânime é que o capitão deve ter ordem de prisão decretada ainda no ano que vem, após uma condenação na corte.

O caso deve ser julgado na primeira turma do STF, colegiado com um histórico de alinhamento com o ministro Alexandre de Moraes, que acumula vitórias nos julgamentos. Além de Moraes, a primeira turma é composta pelos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

Novo depoimento

Costa Neto, vai prestar um novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (12) no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. O coronel Marcelo Câmara, que foi assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, também será ouvido.

O interrogatório foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois serão questionados sobre o papel do juiz federal Sandro Nunes Vieira na elaboração do relatório que questionou o resultado das eleições de 2022, produzido pelo Instituto Voto Legal a pedido do PL.

O nome do magistrado foi citado no relatório da PF, que indiciou 37 pessoas por tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após a menção, Moraes determinou a abertura de uma investigação e o juiz foi afastado de suas funções do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – a medida foi referendada pelo plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Vieira trabalhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre os anos de 2019 e 2022 — ele deixou o cargo em agosto daquele ano, depois que Moraes tomou posse como presidente. Segundo a investigação, o contato do magistrado foi registrado no celular de Câmara em maio de 2022, ou seja, quando ele ainda atuava na corte eleitoral.

O nome do juiz é citado em conversas extraídas do aparelho celular do tenente-coronel Mauro Cid, que na época era ajudante de ordens de Bolsonaro. Em uma das mensagens, Câmara pede ao colega Valdemar não citasse o magistrado quando fosse falar do relatório.

O presidente do PL, no entanto, fez menção a Vieira em uma entrevista em
novembro de 2022. “Eu conversei com um ex-diretor do TSE, que é um juiz de direito, o Sandro, e ele me falou, ele tava lá até o… até seis meses atrás… e ele me disse, é um homem honesto tá ajudando a gente”.

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