O Partido Liberal (PL) e o Republicanos fizeram uma “troca” de deputados. Luciano Zucco (RS), conhecido como Tenente-Coronel Zucco, deixa o partido comandado por Marcos Pereira e segue para a legenda de Valdemar Costa Neto, para ficar próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O Republicanos, por sua vez, ganha o deputado mineiro Samuel Viana, que deixará o PL.
A saída de Zucco já era esperada desde que ele presidiu a CPI do MST, que teve fim dramático após bancar ofensiva contra o governo Lula. O Republicanos trocou integrantes do colegiado, favorecendo a bancada governista, logo após o Planalto confirmar que a legenda ganharia um ministério. O movimento irritou o parlamentar, que chegou a fazer um apelo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seu correligionário e amigo pessoal.
Por outro lado, a ala mais ideológica do PL cobrava que os parlamentares mais governistas deixassem o partido por acordos ou que fossem colocados “no sal”, isto é, serem destituídos de qualquer relatoria ou lugar em comissões.
“Ficou insustentável permanecer numa sigla que fazia parte de uma frente ampla de direita e agora está com Lula. Além disso, nunca escondi minha admiração com o presidente Bolsonaro, a quem devo total fidelidade. A sensação é de estar voltando para casa”, disse o deputado.
Desde que Silvio Costa Filho foi nomeado ministro de Portos e Aeroportos, o partido passou a integrar a base de Lula, o que não agradou o bolsonarista.
Antes da nomeação, em entrevista ao GLOBO, ele já havia sinalizado que deixaria o partido.
“Eu falei desde o início que não acredito que seja positiva qualquer tipo de ação junto ao governo vigente. Vou manter a minha posição contrária a qualquer entrada. Aí, logicamente, vamos dialogar com o partido para mostrar que o Republicanos não ganha nada com a entrada no governo Lula”, afirmou à época.
O momento mais marcante de sua trajetória na Câmara até o momento foi a CPI do MST, que terminou esvaziada por movimentos do governo federal junto ao centrão. Nesta ocasião, o Republicanos retirou dois bolsonaristas do colegiado — titular Messias Donato (ES) e do suplente Diego Garcia (PR) — e deixou as cadeiras vazias, o que não agradou Zucco.