Domingo, 15 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2024
Lideranças do União Brasil temem que o ex-presidente Jair Bolsonaro influencie negativamente o futuro julgamento da inelegibilidade do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, no TSE. Caiado foi tornado inelegível por oito anos pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, em decisão divulgada na última quarta-feira (11).
O governador já anunciou que vai recorrer da decisão e aposta que conseguirá derrubar a inelegibilidade no TRE de Goiás. O Ministério Público Eleitoral, no entanto, poderá recorrer e levar o processo ao TSE.
Pelas contas de caciques do União Brasil, o caso deve ser julgado pelo TSE apenas quando a Corte estiver sendo presidida por dois ministros indicados por Jair Bolsonaro: Nunes Marques e André Mendonça.
Nunes Marques assumirá o comando do TSE em junho de 2026. Portanto, presidirá a Corte Eleitoral durante as eleições de 2026. Já Mendonça, hoje suplente na Corte, será o vice-presidente do tribunal.
Pode atrapalhar?
O temor dos aliados de Caiado é de que Jair Bolsonaro atue de alguma forma junto a Nunes Marques para influenciar no julgamento da inelegibilidade do governador no TSE.
Caiado, que encerra seu segundo mandato como governador em 2026, tem se colocado como pré-candidato à Presidência da República na direita, mesmo campo político de Bolsonaro.
O governador e o ex-presidente já duelaram na eleição para a Prefeitura de Goiânia em 2024. Caiado apoiou o empresário Sandro Mabel (União Brasil), enquanto Bolsonaro apoiou o ex-deputado Fred Rodrigues (PL).
O candidato do governador levou a melhor e venceu. No início da campanha para segundo turno, Fred e sua coligação acionaram a Justiça Eleitoral, em ação que culminou com a inelegibilidade de Caiado.
Apoio de Flávio
Bolsonaro, por sinal, não se pronunciou publicamente sobre a decisão que tornou Caiado inelegível. Do clã, apenas o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, defendeu o governador.
Flávio se solidarizou com o governador e com o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), que tiveram a inelegibilidade e a cassação da chapada, respectivamente, determinadas pela 1ª Zona Eleitoral de Goiânia.
“Minha solidariedade a Caiado e Mabel por essa decisão totalmente absurda e desproporcional. Não há meio termo, ou absolve ou é pena de morte política! É o ‘direito penal do inimigo’ a todo vapor no Brasil!”, escreveu o senador e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar da demonstração de apoio público, o pedido de inelegibilidade de Caiado e de cassação da chapa de Sandro Mabel foi solicitada pelo partido de Flávio Bolsonaro, o PL, que alegou abuso de poder político, pelo uso do Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás, em eventos de apoio à campanha do prefeito eleito. AS informações são do portal de notícias Metrópoles.