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Política Partidos de centro como MDB, União Brasil e PSD levaram a melhor nas eleições deste ano nos 17 municípios brasileiros onde mais de 40% da população depende do Bolsa Família

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MDB, União Brasil e PSD levaram a melhor nas cidades onde mais de 40% dos moradores são beneficiários do programa. (Foto: Roberta Aline/MDS)

Partidos de centro como MDB, União Brasil e PSD levaram a melhor nas eleições deste ano nos 17 municípios brasileiros onde mais de 40% da população depende do Bolsa Família – programa de transferência de renda criado em outubro de 2003, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República, que se transformou em um dos principais símbolos de seus governos e, por extensão, do PT. Nessas cidades, concentradas principalmente nas regiões Norte e Nordeste, a sigla do presidente não conseguiu eleger um só prefeito.

Os dados, obtidos pelo Estadão, foram levantados pelo cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB). Ele cruzou os resultados eleitorais dos municípios com as informações sobre os locais mais dependentes do Bolsa Família e do auxílio emergencial, utilizando o balanço mais recente do governo federal, de 2020.

O MDB se destaca como a legenda com o maior número de prefeituras entre essas cidades, tendo vencido em quatro delas: Campos Verdes (GO), Jacareacanga (PA), Japi (RN) e Mulungu do Morro (BA). Em seguida, União Brasil, PSD e Avante aparecem com três prefeituras cada. Todos os municípios são de pequeno porte, e mais da metade (dez) tem menos de 10 mil habitantes.

“Nesse grupo de cidades, a fotografia eleitoral reflete o quadro nacional: predomínio dos partidos de centro, como MDB, União Brasil e PSD, e ínfima representação dos partidos de esquerda”, observou Medeiros. No cenário nacional, a sigla liderada pelo secretário de Governo de São Paulo,

Gilberto Kassab, foi a mais vitoriosa nas eleições municipais, elegendo 878 prefeitos já no primeiro turno. O MDB ficou em segundo lugar, com 847 prefeitos eleitos na primeira etapa.

Severiano Melo (RN) é o município brasileiro com o maior porcentual de beneficiários do Bolsa Família: 76,72% da população é dependente do programa. A cidade também é a que mais recebeu auxílio emergencial. O prefeito eleito foi Jacinto Carvalho, do União Brasil, que recebeu 54,89% dos votos válidos.

“Dificuldade”

Enquanto a legenda de Lula, que pela terceira vez ocupa o Palácio do Planalto, não conquistou nenhuma prefeitura, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro chegou na frente em dois municípios com alta dependência do Bolsa Família: Serrano do Maranhão (MA) e Luís Domingues (MA).

Segundo o levantamento realizado pelo cientista político da UnB, a esquerda governará apenas um dos 17 municípios mais dependentes do programa de transferência de renda que não apenas é vitrine da gestão federal comandada pelo PT como tem sua importância reconhecida até mesmo entre adversários. A única prefeitura conquistada foi a de Cumaru (PE), com Zeneide Medeiros, do PSB, sigla do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Os números desmistificam o mantra de que a população dependente de programas sociais direciona o voto, de forma automática, para partidos de esquerda. Não há transferência automática de votos para o campo progressista. Pelo contrário, o centro conservador é o catalisador de votos nesse conjunto de cidades”, afirmou Medeiros.

Agenda

Para ele, a despeito do impacto representado pelos programas sociais naquelas cidades, o retrato eleitoral revela uma dificuldade das legendas de esquerda em se firmar entre esse eleitorado, especialmente na agenda de valores e do empreendedorismo. “O assistencialismo, por si só, não basta. Há um anseio por alternativas de emprego e renda, em sair da dependência do Estado”, declarou o cientista político.

No pleito municipal deste ano, o desempenho do PT ficou abaixo das expectativas. Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, concedida após o primeiro turno das eleições, Lula reconheceu a necessidade de rediscutir o papel de sua sigla na disputa pelos Executivos municipais. Ele disse ainda que o partido aumentou seu número de prefeitos e vereadores, no entanto já governou São Paulo, Porto Alegre e outras capitais importantes.

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