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Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2022
Os aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até tentaram separar as conversas pela aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição das demandas por espaço de poder – leia-se cargos e ministérios – do futuro governo, mas o esforço tem sido em vão.
Membros de União Brasil, PSD e MDB fizeram chegar a petistas que, ainda que haja mérito para a proposta prosperar no Congresso, cada legenda deve ser atendida com dois ministérios, além de indicações da “cota pessoal” para Simone Tebet (MDB), Alexandre Silveira (PSD) e Davi Alcolumbre (União).
Um senador do PT não identificado admitiu a pressão e, sob reserva, brincou que os partidos “querem um carinho”. A decisão, entretanto, deve partir do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que adiou a viagem a capital federal, Brasília (DF), esta semana por questão de saúde – passou por uma laringoscopia para retirada de leucoplasia da prega vocal esquerda no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Com o quadro, voltou a ganhar fôlego a alternativa de Renan Calheiros (MDB-AL) de abrir espaço no Orçamento via Tribunal de Contas da União (TCU).
A senadores reunidos na residência oficial do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na última quarta-feira (23), Calheiros disse que a articulação do PT pela PEC estava naufragando (em meio a demandas crescentes de congressistas) e que, diante da frustração, o melhor a fazer era recuar.
Segundo políticos a par das conversas, o presidente da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre, deseja ser ou o líder do futuro governo no Senado ou, ele mesmo, titular de uma das pastas derivadas do atual Ministério da Infraestrutura. A previsão é a de que a pasta seja repartida e uma parte volte a ser dedicada exclusivamente aos Transportes.
Alexandre Silveira (PSD-MG) foi ventilado para a presidência do Dnit, mas seus aliados acham pouco – ele já chefiou o órgão em 2004 e, após a passagem pelo Senado, teria se credenciado para assumir o posto de ministro.
Líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) deu pessoalmente um recado a Pacheco na noite de quarta: nenhuma PEC com valor acima de 80 bilhões de reais tem chance de passar no Senado, e que o ele deve alertar o presidente eleito da dificuldade.