Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2022
Logo após ser eleito presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu como prioridade garantir União Brasil, PSD e MDB em sua base aliada no Congresso. Os três partidos já sinalizaram disposição em compor com o petista, mas a definição passará por acertos em torno da eleição da Câmara dos Deputados e de ministérios no novo governo.
União Brasil, PSD e MDB têm, juntos, 143 deputados federais. Excluindo as legendas que hoje fazem parte da base de Jair Bolsonaro (PL), são as siglas mais expressivas no Congresso Nacional, e aliança com elas é necessária para Lula governar o País no próximo ano. Os deputados da coligação do presidente eleito somam 122 integrantes, número insuficiente para aprovar projetos com maioria absoluta.
Do lado do MDB, o apoio ao novo mandatário passa pelo crivo do presidente da sigla, deputado federal Baleia Rossi, do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, e do senador Renan Calheiros. Baleia e Helder elegeram o maior número de deputados, enquanto Renan é ligado a Isnaldo Bulhões Jr., atual líder da bancada emedebista na Câmara.
Os três integrantes do MDB mostram disposição em integrar a base de Lula, mas entendem que a indicação da senadora Simone Tebet, que declarou apoio ao petista após ser derrotada no primeiro turno das eleições presidenciais, a um ministério não é suficiente para o partido embarcar no projeto do novo governo. Ele é vista como alguém da “cota” de Lula.
O apoio teria de estar vinculado à ocupação de outros ministérios ou ao apoio do PT a um candidato emedebista para a Presidência da Câmara. O primeiro caminho é considerado mais viável, dizem integrantes do partido.
Apesar de o MSB cogitar lançar Isnaldo com o apoio do PSD, que ganharia amparo emedebista para a reeleição de Rodrigo Pacheco à presidência do Senado, o partido de Baleia Rossi também estuda apoiar a candidatura do presidente do União Brasil, Luciano Bivar, para o comando da Câmara.
A avaliação de dirigentes de MDB, União Brasil e PSD é que as três legendas precisam se unir para ter uma candidatura competitiva contra a reeleição de Arthur Lira (PP) à presidência da Casa. Os partidos ainda têm a expectativa de atrair outras legendas como PSDB e Podemos.
Base menor
Até agora, o PT não sinalizou de qual lado estará na disputa. Bivar, que mantém boa relação com Lula e já fez acenos após o resultado do segundo turno, deixou claro a aliados que não deseja ministério no governo, mas disputará a presidência da Câmara com o apoio do mandatário eleito.
No entorno de Lula, há quem veja com mais olhos um apoio à reeleição de Arthur Lira, que fez campanha para Bolsonaro e comandou o chamado orçamento secreto.
O terceiro mandato de Lula começará num cenário bem menos confortável do que o primeiro. Quando o petista assumiu a Presidência da República pela primeira vez, em 2002, seu partido tinha a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 91 parlamentares, contra 68 eleitos este ano. No Senado, a situação também era melhor: o partido somava 14 senadores. Hoje, tem nove.