Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2021
170 afegãos morreram e ao menos ficaram 200 feridos, além de 13 soldados americanos. EUA alertam para chance de novos ataques nesta sexta.
Foto: Reprodução de VídeoMais de 180 pessoas morreram, incluindo 13 militares americanos, no atentado terrorista do Estado Islâmico do Khorasan no aeroporto internacional de Cabul, capital do Afeganistão, na quinta-feira (26).
As redes de televisão CBS e CNN e o jornal “The New York Times” dizem que 170 afegãos morreram e ao menos 200 ficaram feridos, citando autoridades de saúde.
A agência de notícias Associated Press (AP) afirma que 169 afegãos morreram, mas diz que a contagem pode mudar, pois ainda há muitos corpos desmembrados ou ainda não identificados.
O Pentágono afirmou nesta sexta (27) que o ataque foi executado por um único homem-bomba, ao contrário do informado na quinta, de que tinham sido “ao menos” duas explosões.
O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, afirmou que dois cidadãos britânicos e o filho de um cidadão britânico foram mortos no ataque.
Possibilidade de novo ataque
As forças de segurança americanas estão em alerta para a possibilidade de mais ataques nesta sexta (27) e estão compartilhando informações com o Talibã nos postos de controle do aeroporto.
A informação foi dada pelo general Kenneth “Frank” McKenzie, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, órgão responsável pelas operações militares no Oriente Médio, inclusive o Afeganistão.
Apesar do atentado e do novo alerta, os voos de retirada de estrangeiros e afegãos não pararam ontem e continuam nesta sexta. Cerca de 12,5 mil pessoas foram evacuadas na quinta, elevando o total para 105 mil, segundo a Casa Branca.
Uma explosão, não duas
A explosão ocorreu perto do portão Abadia, onde a segurança é feita pelos EUA, e o ataque foi assumido pelo braço afegão do Estado Islâmico (EI-K), um grupo extremista rival do Talibã.
As informações até o momento são que um homem-bomba e homens armados atacaram afegãos que se aglomeravam no portão e também soldados americanos que faziam a triagem de evacuação.
Inicialmente, o Pentágono informou que tinham sido “ao menos” duas explosões no local, mas nesta sexta corrigiu a informação e disse que o ataque foi executado por um único homem-bomba. “Posso confirmar para vocês que não acreditamos que tenha ocorrido uma segunda explosão no hotel Baron ou próximo a ele, que tenha sido um homem-bomba”, afirmou o general William Taylor. Ele disse também que os americanos feridos no ataque foram transferidos para a Alemanha.
Talibã condena o ataque
O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, condenou o atentado, afirmando que “o Emirado Islâmico [do Afeganistão] condena veementemente o bombardeio de civis no aeroporto de Cabul, ocorrido em uma área onde as forças dos EUA são responsáveis pela segurança”.
O Estado Islâmico-Khorasan (EI-K) é mais radical do que o Talibã e criticou o acordo de paz assinado com os EUA que resultou na retirada estrangeira do Afeganistão.
O presidente americano, Joe Biden, disse que não vai perdoar o ataque e vai caçar os responsáveis. “Não vamos perdoar. Não vamos esquecer. Vamos caçá-los para fazer vocês pagarem”, afirmou Biden, ressaltando que “esses terroristas do Estado Islâmico não vão ganhar”.
Mais de 100 mil pessoas evacuadas
O aeroporto internacional Hamid Karzai é a única porta de saída para milhares de estrangeiros e afegãos que tentam, desesperados, deixar o país nos voos de retirada dos países ocidentais.
Cerca de 12,5 mil pessoas foram evacuadas na quinta, mesmo com o atentado, elevando para 105 mil o número de retirados do Afeganistão desde o dia 14, na véspera de o Talibã tomar a capital Cabul e voltar a poder após 20 anos.
Segundo o jornal “The New York Times”, ao menos 250 mil afegãos que trabalharam para os EUA ainda não foram retirados do país – e o atual ritmo de evacuação não é suficiente para retirar todo mundo até terça-feira (31).
A data limite foi estipulada pelo presidente americano, Joe Biden, no começo de julho, que recusou os pedidos de aliados para adiar a saída definitiva do Afeganistão. O Talibã já disse, reiteradas vezes, que não aceita a prorrogação do prazo.