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Passageiros da Gol esperam há dias para deixar Noronha após proibição de pousos de aviões a jato

Os chamados bonds (títulos de dívidas) têm de ser pagos em 2024. A ideia é levar esse vencimento para entre 2027 e 2029.(Foto: Reprodução)

Mais de 20 clientes da empresa Gol Linhas Aéreas esperam há dias para deixar Fernando de Noronha. O problema ocorre devido aos cancelamentos de voos feitos pela empresa desde que o governo federal proibiu os pousos de aeronaves com motores a reação (turbojatos), na quarta-feira (12).

A proibição foi determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por causa das condições da pista do aeroporto da ilha. No final de semana, 26 pessoas aguardavam no local sem saber quando vão conseguir sair de Noronha.

Equipes da Polícia Militar e da Polícia Federal permanecem no saguão do aeroporto da ilha para evitar tumultos. A Gol disse, em nota, que os clientes que “ainda permanecem na ilha estão sendo acomodados em voos de outras companhias, conforme disponibilidade”.

A estudante de São Paulo Juliana Franco Stoppe, 18 anos, está na ilha com a irmã, que tem 20 anos. A turista chorou após a empresa indicar que ela poderia embarcar, mas a irmã ficaria na ilha.

“Eu estava na ilha com meus tios, eles embarcaram na sexta-feira (14) pela Azul [a outra companhia aérea que opera na ilha]. Meu voo, da Gol, foi cancelado, não me avisaram. A empresa quer que eu siga viagem e deixe minha irmã, eu não vou fazer isso”, disse Juliana.

Juliana também contou que chegou ao aeroporto na sexta-feira (14), esperou dez horas por uma resposta da Gol, voltou neste sábado (15) e ficou no local por mais de dez horas. A estudante declarou que não recebeu nenhum tipo de apoio da empresa aérea.

“A Gol não ofereceu nada, estamos deitados no chão. Não oferecem comida, água. Eu não sei como vou sair daqui, não sei onde vou dormir. É uma humilhação. A gente não é tratado como humano”, declarou Juliana.
A pedagoga Alessandra Gonçalves, turista de São Paulo, afirmou que a empresa aérea não a comunicou do cancelamento do voo de retorno, que estava marcado para quinta-feira (13).

“Cheguei em Noronha no domingo (9). Eu soube das restrições do aeroporto numa reportagem. Antes de embarcar, questionei ao atendente da Gol se o retorno estava confirmado e ele me informou que eu seria relocada para a empresa Azul. Meu voo era na sexta-feira, mas não consegui embarcar”, disse Alessandra.

A única vez que o governo de Pernambuco se pronunciou sobre essa proibição da Anac foi no dia 6 de outubro. Por meio de nota divulgada nessa data, a Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco (Seinfra) afirmou que segue as determinações da Anac.

Também disse que, “nos últimos anos, tem intensificado os investimentos para a ampliação da infraestrutura do aeródromo e adequá-lo aos modelos atuais e futuros de movimentação das aeronaves”.

Além de ter iniciado as obras de reparos na pista de pouso e decolagem com prazo de conclusão em até dois meses, a Seinfra declarou que “vem atuando na mobilização e transporte de materiais, insumos e equipamentos necessários para a execução dos serviços de restauração total do pátio de estacionamento das aeronaves, pistas de rolamento (taxiway) e da pista de pouso e decolagem”.

Ainda no texto, a secretaria mencionou que, no ano passado, foi concluída a implantação dos sistemas de luzes de obstáculos e de luzes de aproximação simples, alimentados por energia solar e tecnologia em LED.

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