Os preços das passagens aéreas no Brasil para as férias de julho subiram 18% em relação ao mesmo mês do ano passado, em média, apontou um estudo do site Viajala. Os custos altos estão levando as pessoas a viajarem por quatro dias a menos em relação a julho de 2023, em média, mostrou a pesquisa. A duração média das viagens recuou de 14 para 10 dias.
O levantamento considerou as buscas de ida e volta com origem nos aeroportos brasileiros feitas entre maio e junho deste ano para viajar em julho e comparou essas buscas com as feitas nas mesmas datas no ano passado. Os voos internacionais ficaram mais caros, mas em menor proporção: os valores subiram 9%, em média, a metade da alta nos voos dentro do Brasil. As viagens para o exterior encurtaram apenas um dia, de 14 para 13 dias, em média.
A rota nacional que ficou mais barata neste ano foi entre as cidades de Belo Horizonte e Rio de Janeiro. O preço médio entre esses lugares diminuiu 53%, de R$ 493 para R$ 230. Na contramão, a que mais encareceu foi entre Florianópolis e São Paulo. O valor médio aumentou 30%, de R$ 471 para R$ 613.
Os destinos brasileiros que mais baixaram de custo para julho foram Manaus, no Amazonas (20% mais baixos, em média), Santarém, no Pará (13% mais baixos, em média) e Belém, no Pará (8% mais baixos, em média). Em contrapartida, as cidades que mais encareceram para este mês foram Florianópolis, em Santa Catarina (51% mais caras, em média), Foz do Iguaçu, no Paraná (39% mais caras, em média) e Vitória, no Espírito Santo (33% mais caras, em média).
Entre as viagens internacionais, os destinos que mais baratearam para julho foram Santiago, no Chile (22% mais barato, em média), Mendoza, na Argentina (12% mais barato, em média) e Frankfurt, na Alemanha (11% mais barato, em média). Já os lugares que mais encareceram foram Cuzco, no Peru (81% mais caro, em média), Cidade do Panamá, no Panamá (44% mais caro, em média) e Los Angeles, nos Estados Unidos (35% mais caro, em média).
Como julho é um mês de altíssima temporada principalmente para as férias em família e com crianças, devido ao recesso na escola, a alta nos custos dificulta muito a vida dos viajantes em grupos grandes, afirma Rodrigo Melo, diretor comercial do buscador de viagens Viajala. “O aumento complica as viagens principalmente das famílias numerosas e a solução para não ficar sem férias é diminuir a duração da estadia”, diz.
O executivo acrescenta que esses dados foram impactados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, pois a Serra Gaúcha costuma estar entre os destinos mais procurados no inverno, mas atualmente está prejudicada pela suspensão das operações no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
“Ainda que existam operações em outros aeroportos perto de Porto Alegre, como Caxias e Canoas, são menos voos diários, com menos conexões e mais caros. Esses fatores encarecem e dificultam a chegada ao estado, fazendo com que a demanda pelas férias no Rio Grande do Sul tenha se reduzido drasticamente”, afirma.
Na análise de Melo, um dos principais desafios no cenário aéreo brasileiro é a competitividade pequena. “O Brasil é um dos maiores países da América Latina, um dos que mais depende de aviões, mas um dos que têm menos companhias aéreas domésticas”, diz. “É natural que os preços subam em temporadas de alta demanda como as férias de julho, mas o que preocupa o consumidor é que essas altas se acumulam desde 2019. Já são cinco anos com cada vez menos empresas aéreas locais”, acrescenta.
Nos últimos cinco anos, a Avianca quebrou e a Ita, da Itapemirim, operou voos por somente alguns meses. As perdas da pandemia afetam as companhias e pressionam os preços das passagens até hoje.