Ícone do site Jornal O Sul

Passaporte da vacina: governo deve editar nova medida para adequar regras de entrada no país após decisão do Supremo

Pesquisa ouviu, por telefone, 2.023 pessoas de 16 anos ou mais em todos os estados do Brasil.(Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini)

O governo federal deve editar uma nova portaria com regras para a entrada de viajantes no Brasil, atendendo à decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os detalhes da medida foram discutidos em reunião, realizada neste domingo (12), no Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro é contrário ao passaporte da vacina, usado em grande parte dos países e defendido por especialistas para frear o contágio pela covid-19.

Barroso determinou no sábado (11), a obrigatoriedade do passaporte de vacina. Agora, os viajantes que não puderem comprovar a imunização serão impedidos de entrar no País. O ministro do Supremo levou em consideração o avanço da variante Ômicron, cujos estudos preliminares já mostraram risco maior de transmissão e perda parcial da proteção dada pelas vacinas. Oito casos da nova versão do vírus já foram confirmados em território nacional – o último, na cidade de São Paulo, é de um idoso sem histórico de viagem ao exterior, o que indica transmissão local da cepa.

Em sua decisão, anunciada no sábado, Barroso citou a gravidade da pandemia, sobretudo “com a existência de autoridades negacionistas”. A ordem foi dada em ação movida pelo partido Rede Sustentabilidade, que acusa o governo de ‘omissão’ por não revisar as restrições para desembarques internacionais, como recomenda Anvisa.

A Casa Civil confirmou que se reuni Asram neste domingo representantes da Casa Civil, Ministério da Saúde, Infraestrutura e Relações Exteriores, além da Anvisa e Advocacia-Geral da União (AGU), que analisa possível recurso à decisão do ministro. Segundo apurou a reportagem, a AGU vai esperar a notificação do STF para avaliar a possibilidade de recorrer.

A reunião durou mais de quatro horas. De acordo com a Casa Civil, participaram técnicos dos órgãos envolvidos – nenhum ministro estava presente. A nova portaria, ainda segundo o ministério, deve ser publicada o mais rápido possível, já que a decisão de Barroso passa a valer a partir da notificação dos órgãos do governo envolvidos no controle das fronteiras. A comunicação oficial deve sair no Supremo nesta segunda-feira, dia 13.

Antes do despacho do ministro, o governo federal sinalizou que o passaporte de vacina poderia ser substituído por quarentena de cinco dias para não vacinados, mas a medida, que passaria a valer a partir no sábado, foi adiada em uma semana após o ataque hacker aos sistemas do Ministério da Saúde. A invasão tirou do ar dados de vacinação contra a covid-19 de usuários que acessam a plataforma Conecte SUS. Neste domingo, o governo diz que os registros de vacinação foram recuperados, mas os sistemas continuam indisponíveis para a população.

A decisão de Barroso foi tomada em caráter liminar. Ao determinar que o governo federal exija o comprovante de vacinação para viajantes que entrarem no Brasil, o ministro solicitou que o processo fosse incluído para julgamento no plenário virtual do Supremo. A ministra Rosa Weber, presidente em exercício da Corte, marcou o início do julgamento para esta quarta-feira (15), com término na quinta-feira (16), às 23h59. A Corte entre em recesso no dia 17. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sair da versão mobile