Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2019
Quanto tempo por dia você passa com o celular na mão? Estudos já apontaram problemas de saúde mental e física ligados ao uso de dispositivos móveis. Porém, uma nova pesquisa revela a associação de smartphones com um dos maiores problemas de saúde pública do mundo: a obesidade.
Pesquisadores da Universidade Simón Bolívar (Colômbia) descobriram que quem passa cinco ou mais horas por dia no celular tem um risco 43% maior de se tornar obeso.
Foram analisados 1.000 mulheres e homens universitários e seus comportamentos em relação ao uso diário de smartphone entre junho e dezembro de 2018.
Homens x mulheres
A probabilidade de ter obesidade sob estas condições é ainda mais elevada entre as mulheres. Os cientistas apontaram que elas apresentam o dobro da chance de ter excesso de peso quando comparadas com homens.
Mais fast-food, menos exercícios
O estudo ainda mostra que pessoas que utilizam o celular a partir de cinco horas diárias têm duas vezes mais propensão a ingerir alimentos e bebidas não-saudáveis. Ou seja, refrigerantes, fast-food e doces.
Esses mesmos indivíduos têm menores chances de praticarem qualquer atividade física regularmente, comportamento que também reflete um maior risco de desenvolver obesidade.
Assim, o estudo reforçou que ficar muito tempo em frente ao celular aumenta o sedentarismo e reduz a prática de exercícios. Estas atitudes potencializam os riscos de morte prematura, diabetes, câncer, lesões musculares e articulares, hipertensão, parada cardíaca e outras doenças.
População obesa
A estimativa é de que em 2025 haja aproximadamente 700 milhões de adultos com obesidade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Os números são bastantes preocupantes em relação à saúde pública e à taxa de mortalidade, já que a obesidade pode causar outras doenças potencialmente fatais – como diabetes e infarto.
Segundo o Ministério da Saúde, a obesidade voltou a crescer no Brasil. Nos últimos 13 anos houve aumento de 67,8%, saindo de 11,8%, em 2006, para 19,8% em 2018. Sobrepeso, obesidade e o ganho de peso no adulto são fatores de risco para 13 tipos de câncer. O crescimento da obesidade foi maior entre os adultos de 25 a 34 anos e de 35 a 44 anos, com 84,2% e 81,1%, respectivamente.
Apesar do excesso de peso ser mais comum entre os homens, em 2018, as mulheres apresentaram índice ligeiramente maior, com 20,7%, em relação aos homens,18,7%.
No Brasil, mais da metade da população, 55,7% tem excesso de peso. Um aumento de 30,8% quando comparado ao percentual de 2006, que era de 42,6%.
O aumento da prevalência foi maior entre as faixas etárias de 18 a 24 anos, com 55,7%.
Quando verificado por sexo, entre os homens o crescimento foi de 21,7% e, entre as mulheres, de 40%. Alimentos ultraprocessados têm altos índices de gordura e açúcar, isso se deve ao aumento da obesidade adulta, deduz a pesquisa.
Já o consumo regular de frutas e hortaliças cresceu 15,5% entre 2008 e 2018, passando de 20% para 23,1%. A prática de atividade física no tempo livre também aumentou 25,7% (2009 a 2018), como o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 53,4% (de 2007 a 2018), entre os adultos das capitais.