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Ali Klemt Passei de fase

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(Foto: Pixabay)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Não tá fácil, gente. Não tá fácil lidar com essa tal pré-adolescência. E nem sei o que é pior, o agora ou a expectativa do depois – a adolescência em si.

 

Na verdade, a dor que nós, pais, sentimos não é apenas por ter que lidar com uma nova criatura histérica em casa, nem por ter que aguentar reclamações sem fim ou encarar um mau humor constante. A verdadeira dor é bem mais profunda.

 

Uma vez, uma amiga me falou que filho é igual a videogame: cada fase fica mais difícil. É verdade. Trocamos o esforço físico de passar dias sem dormir e depois correr atrás de uma criatura de 90 centímetros enlouquecidamente pelo sofrimento emocional de acompanhar a jornada do crescimento.

 

Ah, como dói crescer! Como dói se metamorfosear da criança inocente é sempre feliz para um ser temperamental e repleto de expectativas. Eu já estive lá. Você também. Nós sabemos que não é fácil.

 

O que resta para quem está na condição de espectador ativo? Isto é, para quem, como nós, observa, acompanha, mas quer ajudar? Adianta dar conselho? Fará diferença trazer as próprias experiências?

 

Minha opinião? Faz diferença, sim. Eles não vão querer ouvir, revirarão os olhos e soltarão um suspiro profundo, enquanto o nosso coração se despedaça pela sensação de absoluto enfado que percebemos naquele serzinho que antes nos idolatrava e, agora, parece quase não precisar da nossa presença.

 

Mas é nesse “quase” que reside o segredo. É nesse “quase” que encontramos a brecha para aconselhar, é nesse “quase” que irrompemos com um milhão de beijos e quebramos a barreira do ranço para lembrá-los que sempre terão onde pousar.

 

É nesse limiar entre a vontade de voar, mas a segurança do ficar que conseguimos ter um mínimo de ingerência para fortalecer a presença que, por tantos anos, nos esforçamos para ter. E são nesses rápidos, breves momentos, quando o adolescente relaxa e o pai está presente, que nossos olhos se encontram e tudo volta a ser como era antes.

 

Estou só no começo, mas penso nisso diariamente. Como, COMO ser uma mãe presente mas não insistente na vida do filho adolescente? (Rimou)

 

Annette Bening, em entrevista à maravilhosa Drew Barrymore, deu uma dica. Que baita conselho: talvez, nós, pais, não devamos tentar ajudar a ponto de tirar de nossos filhos a possibilidade de aprender por si mesmo.

 

Deixemos que eles cresçam, experimentem, sofram. Que vivam. E a nós, que estejamos presentes e de braços abertos, sempre.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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