No início deste ano, a Secretaria do Tesouro Nacional informou que, após terminar 2014 em 2 trilhões e 290 bilhões de reais, a dívida pública poderia chegar ao patamar máximo de 2 trilhões e 600 bilhões no fechamento de 2015. A mesma Secretaria acaba de revisar o teto: atingirá 2 trilhões e 800 bilhões no dia 31 de dezembro. O total se refere aos endividamentos interno e externo do governo federal.
Uma das causas é a alta do dólar. Como os contratos no exterior são cotados em moeda estrangeira, principalmente a norte-americana, reflete-se no total da dívida.
A outra causa é a despesa pública. Contrariamente ao que defende o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem aumentando. Os índices crescentes de desemprego e a queda da produção não são suficientes para a máquina do governo se aperceber da necessidade de conter gastos supérfluos. A fase não é mais de bonança e o déficit no orçamento deste ano, batendo em 90 bilhões de reais, é uma comprovação.
A dívida tem custo e se expressa no pagamento de juros, que está em 440 bilhões de reais este ano.
A crise atinge também os Estados. No começo do ano, foi o Rio Grande do Sul. Agora, somam-se outros governos com dificuldades para cobrir a folha dos servidores públicos. Quanto a recursos para investimentos em infraestrutura, desapareceram.
Existe a expressão economia de guerra, usada para momentos de extrema dificuldade. A queda nas vendas revela que grande parcela da população já se enquadrou no consumo contido. Falta aos administradores públicos trocarem as lentes dos óculos e enxergarem com mais responsabilidade o cenário extremamente difícil. Será preciso usar a tesoura. Não há outra saída.