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Brasil Pastor procurado por participação no 8 de Janeiro e que fazia campanha eleitoral para vereador é preso em Santa Catarina

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Pastor Dirlei Paiz (PL) é investigado pelo crime de associação criminosa e tenta se eleger vereador em Blumenau. (Foto: Reprodução)

O pastor Dirlei Paiz (PL), procurado da Justiça pelos atos extremistas de 8 de Janeiro de 2023, foi preso nessa segunda-feira (16) em Blumenau (SC) confirmou a Polícia Federal (PF) de Santa Catarina. Mesmo com mandado de prisão preventiva em aberto, ele fazia campanha nas ruas do município como candidato a vereador nas eleições de 2024.

Segundo o advogado do candidato, Jairo Vieira dos Santos, a defesa vai entrar com recurso contra a prisão. Ele informou que Dirlei Paz foi detido enquanto entregava material de campanha, por volta das 16h.

Paiz é um dos três candidatos a vereador revelados em reportagem do portal de notícias g1 como alvos de ordens de prisão expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre os ataques às sedes dos Três Poderes, após a posse de Lula como presidente.

Eles podem ser presos se localizados, como aconteceu também com Marcos Geleia Patriota (Novo), que tenta se eleger para a Câmara Municipal de Céu Azul (PR) e foi preso no sábado (14) em Cascavel (PR), mas a situação não os impede de concorrer às eleições municipais.

O candidato também não fica impedido de receber recursos do partido. Dirlei Paiz, por exemplo, declarou ter recebido uma doação de R$ 30 mil do PL para sua campanha a de vereador em Blumenau.

Quem é

Pastor Dirlei é o nome de urna de Dirlei Paiz, que tenta, pela segunda vez, se eleger vereador de Blumenau. Em 2020, pelo Patriotas (que se fundiu com o PTB para formar o atual PRB), teve 522 votos e chegou a suplente, mas não foi chamado a assumir o cargo.

Em 17 de agosto de 2023, Dirlei foi preso na 17ª fase da Operação Lesa Pátria, que tem como alvo participantes, financiadores e outros envolvidos no 8 de janeiro. À época, ele era coordenador político no gabinete do presidente da Câmara Municipal. Foi exonerado pouco depois. A defesa alegou, na ocasião, que o pastor sequer esteve em Brasília durante os ataques.

Em 6 de dezembro de 2023, Dirlei foi libertado, obrigado a usar tornozeleira eletrônica e proibido de usar redes sociais. Em agosto deste ano, o diretório do PT em Santa Catarina disse ao STF Dirlei havia violado o veto ao uso das plataformas digitais. A defesa afirmou que ele havia sido hackeado, mas o argumento foi recusado, e Moraes determinou a nova prisão no fim do mês.

Na campanha de 2024, Dirlei usava a prisão a que foi submetido para pedir votos. “Patriotas, lutamos dias na frente do quartel e fui preso por defender nossa liberdade. Vamos continuar juntos. Peço seu voto”, diz ele em um vídeo de campanha.

O candidato tem participado de comícios, adesivação de carros e distribuição de panfletos de porta em porta. “Pastor Dirlei Paiz aqui com todos vocês e hoje, dia 2 de setembro, eu não poderia deixar passar em branco essa data toda especial, que é o aniversário da nossa linda Blumenau”, diz, em vídeo postado naquele dia.

Lei 

A legislação brasileira não impede que pessoas com mandados de prisão preventiva disputem eleições – a proibição é aplicável apenas a condenados com sentença definitiva ou decisão colegiada de juízes.

Os três ainda não foram julgados pelo 8 de Janeiro – portanto, ainda não foram considerados culpados ou inocentes. As ordens de prisão contra eles são preventivas, e não para cumprimento de pena.

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