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Política Pastores lobistas do Ministério da Educação também tinham proximidade com parlamentares no Congresso

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Pastor Gilmar Santos conseguiu empregar sua filha em gabinete. (Foto: Reprodução)

Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, apontados como lobistas que desencadearam uma crise no Ministério da Educação, circulavam com desenvoltura não só na Esplanada dos Ministérios e no Palácio do Planalto. Eles também mantinham relações de proximidade com parlamentares.

Popular em Goiânia, Santos é aliado antigo do deputado João Campos (Republicanos-GO), que era líder da bancada evangélica. Já pediu votos para o amigo e o apoiou em 2018. A proximidade, além de ser atestada em publicações de redes sociais, aparece na folha de salário da Câmara.

O pastor conseguiu empregar a sua filha, Quézia Ribeiro dos Santos Costa, no gabinete de Campos. Segundo o chefe de gabinete do deputado, Marcos Villar, ela atua como secretária e fica lotada no escritório do parlamentar em Goiânia. Com salário de R$ 2.541,59, trabalha organizando a agenda e atendendo telefonemas.

Nas redes sociais de ambos, Campos aparece em reuniões entre o pastor e integrantes do alto escalão, como os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). Sobre a audiência com Nogueira, o deputado afirmou que ele próprio foi o responsável por pedir o encontro, e que tudo correu “absolutamente normal”. De acordo com Campos, foi uma “visita de cortesia” a um dos principais ministros do governo.

Assim como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), gravou uma mensagem no aniversário de Santos, em setembro de 2020. No vídeo, Baleia diz que o pastor é “um homem de bem” e “iluminado”.

Em maio daquele ano, o pastor Arilton Moura foi nomeado para um cargo na liderança do MDB na Câmara, na época comandada por Baleia, mas um mês depois o ato foi anulado. Segundo fontes ligadas ao MDB, Moura não chegou a tomar posse por ter se recusado a bater ponto.

Em nota enviada por sua assessoria, Baleia negou proximidade com os pastores. “A prova disso é o fato de o deputado ter anulado a nomeação do senhor Arilton Moura por ele se negar a cumprir as regras do cargo. No caso vídeo de aniversário, foi um gesto público de gentileza realizado muito antes dos episódios criminosos”, diz o texto.

Em novembro do ano passado, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, esteve com Moura em um encontro na pasta com o embaixador de Israel, Daniel Zonshine, e o deputado Vicentinho Junior (PL-TO). Segundo Vicentinho, ele conheceu Moura através da bancada evangélica em um evento no Itamaraty. Ele não soube afirmar quem os apresentou. E diz que os dois não são próximos e que o contato entre eles foi “trivial”.

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