Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2022
Paulo Dantas (MDB) foi reeleito governador de Alagoas neste domingo (30), no segundo turno das eleições. Escolhido por meio de eleição indireta para comandar o Estado em maio deste ano, essa é a primeira vez que Dantas é eleito para o cargo de chefe do Executivo por eleição direta. O vice-governador eleito é Ronaldo Lessa, de 73 anos, engenheiro civil e, até então, vice-prefeito de Maceió.
Com 100% das urnas apuradas, Paulo Dantas obteve 52,33% dos votos válidos, o equivalente a 834.278 votos. Enquanto Rodrigo Cunha teve 47,67% (759.984 votos válidos).
A vitória de Paulo Dantas representa também a vitória de Renan Calheiros (MDB), seu padrinho político, sobre Arthur Lira (PP), que apoiava o candidato derrotado, Rodrigo Cunha (União Brasil). A eleição foi marcada por troca de acusações nas redes sociais entre os principais articuladores políticos do estado no Senado e na Câmara Federal.
Natural de Maceió, Paulo Suruagy do Amaral Dantas nasceu em 19 de março de 1979, tem 43 anos. No dia 11 de outubro, enfrentou uma reviravolta na sua gestão, tendo sido afastado do cargo de governador pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspeito de comandar um esquema que desviou R$ 54 milhões da Assembleia Legislativa de Alagoas. Semanas depois, Dantas foi reconduzido ao cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O candidato declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 5,1 milhões, quantia muito superior à informada no pleito de 2018, quando Dantas foi eleito deputado estadual e declarou R$ 796,5 mil.
Candidato do grupo comandado pelo senador Renan Calheiros (MDB) no estado, Dantas passou boa parte da campanha eleitoral se apresentando como o candidato que poderia dar continuidade ao trabalho do ex-governador Renan Filho (MDB), que foi eleito senador no dia 2 de outubro.
O governador de Alagoas, agora reeleito, enfrentou durante a campanha algumas grandes crises, entre elas o episódio em que seu nome foi contestado pelo próprio pai, o ex-deputado estadual Luís Dantas, em vídeos divulgados por um de seus opositores no guia eleitoral.
A crise mais grave, entretanto, foi a Operação Edema, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), que cumpriu 31 mandados de busca e apreensão para apurar a participação de Paulo Dantas no esquema de desvio milionário na ALE por meio de repasses ilegais feitos por funcionários fantasmas do seu gabinete entre os anos de 2019 e 2021, quando era deputado estadual.
O afastamento não impedia Dantas de disputar a reeleição, e o governador afastado continuou em campanha pelo estado. Dias após o afastamento, Lula esteve em Maceió, também em campanha eleitoral, e discursou em defesa de Paulo Dantas: “Todo mundo é inocente até que provem o contrário”, disse.
Paulo Dantas disse que a operação da qual foi alvo foi uma “encenação” e recorreu do afastamento. Ao ter o afastamento confirmado pela corte especial do STJ, disse discordar “de como o processo tem sido conduzido”.
O retorno ao cargo aconteceu na reta final da campanha, com a confirmação pela Primeira Turma do STF. Na ocasião, Paulo Dantas disse que “a verdade venceu”.