O presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite (RS), indicou a executiva provisória do partido em São Paulo, num dos últimos atos de sua gestão do comando da sigla, que se prepara para escolher o novo presidente nacional, nesta quinta (30). O prefeito de Santo André, Paulo Serra, é quem assume o diretório estadual tucano.
Ele ficará no cargo até 29 de fevereiro se 2024, conforme certidão emitida nessa quarta (29), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), à qual a Coluna teve acesso. Paulo Serra já estava presidindo a federação PSDB-Cidadania no Estado e à frente da coordenação do grupo eleitoral.
A decisão sobre a executiva estadual provisória marca mais um capítulo da disputa de comando e racha entre os tucanos. A divisão em São Paulo causa um espelhamento na crise nacional do PSDB.
Segundo interlocutores, Leite colocou a escolha da provisória em SP como uma das condições impostas por ele para trabalhar juntamente com o deputado Aécio Neves (MG) para tentar chapa única com o ex-governador Marconi Perillo (GO) para o comando nacional do partido.
Convenção cancelada
O PSDB suspendeu sua convenção estadual em São Paulo, prevista para ocorrer em 29 de outubro, por 180 dias. O calendário havia sido definido pela executiva nacional do partido, presidido por Eduardo Leite, que chegou a ter o comando do partido questionado na Justiça.
A nota afirma que a debandada de prefeitos do PSDB em São Paulo “sem qualquer esforço da direção estadual na manutenção do protagonismo partidário” foi levada em conta para a decisão. A legenda perdeu dezenas de prefeitos após ficar fora do Palácio dos Bandeirantes pela primeira vez em 28 anos e calcula que pode perder metade até as eleições de 2024. O partido é presidido por Marco Vinholi no Estado.
Disputa
O PSDB abriu uma disputa interna que opõe aliados do político gaúcho e do deputado federal Aécio Neves (MG).
O ex-senador José Aníbal, um dos tucanos históricos de São Paulo e apoiador de Leite, enfrentará o ex-governador de Goiás Marconi Perillo, até então ungido numa articulação de Aécio como candidato de consenso no partido.
A candidatura de Aníbal coloca em xeque a adesão de Leite ao movimento capitaneado por Aécio. O governador, na avaliação de aliados, “ficou retraído” depois que seu plano de emplacar o ex-senador Tasso Jereissati (CE) como sucessor não engrenou, e seguiu então a costura do colega mineiro. Embora o Eduardo Leite não tenha se posicionado publicamente sobre a disputa tucana, Aníbal diz que ambos conversaram “longamente”, sem que houvesse veto à quebra do consenso em torno de Perillo.