Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2025
De forma inédita, na última quarta-feira (26), a Marinha do Brasil promoveu, simultaneamente, quatro oficiais mulheres do Corpo de Saúde ao posto de contra-almirante. Entre as promovidas está Gisele Mendes de Souza e Mello, que morreu vítima de disparo de arma de fogo de origem desconhecida, no dia 10 de dezembro, enquanto participava de uma cerimônia no Hospital Naval Marcílio Dias, na zona norte do Rio de Janeiro.
A partir de março, as capitãs de Mar e guerra Daniela Leitão Mendes, vice-diretora da Diretoria de Saúde da Marinha; Mônica Medeiros Luna, vice-diretora do Centro de Perícias Médicas da Marinha; e Cláudia Regina Amaral da Silva Fiorot, assistente do Departamento de Auditoria em Saúde, serão elevadas ao posto de Oficial-General.
Antes da promoção simultânea a marinha já tinha uma mulher ocupando a função de contra-almirante. Promovida em 2023, Maria Cecília Conceição assumirá um novo cargo como Diretora do Hospital Naval Marcílio Dias, sendo a primeira mulher a ocupar essa função na maior unidade de saúde da Marinha.
Promoção póstuma
Pela primeira vez na história da Força Naval, foi concedida promoção póstuma a uma médica do Corpo de Saúde da Marinha. Promovida ao posto de Contra-Almirante, a homenagem reconhece a dedicação e o altruísmo da Capitão de Mar e Guerra Gisele Mendes de Souza e Mello, que faleceu em dezembro de 2023. A honraria destaca seus 29 anos de serviços prestados à sociedade brasileira.
Formada em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) em 1993, Gisele Mendes ingressou no serviço ativo da Marinha em 1995, especializando-se em geriatria. Ao longo de sua carreira, foi superintendente de saúde no Hospital Marcílio Dias e diretora do Hospital Naval de Brasília. Em setembro de 2023, participou do 11º Curso de Ética Militar e do 23º Curso de Direito Internacional dos Conflitos Armados, na Suíça.
A promoção póstuma será apresentada ao Ministro da Defesa e encaminhada ao Presidente da República, com previsão de ratificação em 31 de março de 2024.
Presença feminina
A presença feminina nas Forças Armadas iniciou-se com a Marinha do Brasil, através do Corpo Auxiliar Feminino, e evoluiu com a ampliação da participação das mulheres em cargos de direção, comando e comissões. Desde a primeira turma de Oficiais e Praças femininas até a nomeação da primeira Almirante, em 2012, as militares vêm ocupando posições estratégicas.
Com a formação das primeiras 114 Soldadas Fuzileiras Navais em 2024, as mulheres passaram a integrar todos os corpos e quadros da Força.
As militares conquistaram posições importantes, como Diretoras de Organizações Militares, Chefes do Destacamento do Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade e Subchefes da Estação Antártica Comandante Ferraz.
Além disso, participaram de missões internacionais, como a Força-Tarefa Marítima da ONU no Líbano e a Missão de Paz na República Centro-Africana, que resultou no prêmio de Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU por dois anos consecutivos. (O Globo)