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Richard Sacks Pela competição dos transportes

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Entenda o impacto dessa nova regra no resultado das urnas.(Foto: Divulgação/CMPA)

Muito se tem discutido sobre os meios de transporte. Quanto maiores forem as opções para a população, melhor. A competição entre os meios de transporte deve existir, pois faz com que todos busquem melhorar seus serviços e preços a fim de atrair o maior número possível de passageiros. Um dos meios de transporte que mais vêm sofrendo são os ônibus. Eles vêm perdendo a cada ano muitos passageiros para os aplicativos, que, na maioria dos casos, oferecem uma viagem mais confortável e quase pelo mesmo preço.

Para deixá-los mais competitivos, está na Câmara de Vereadores de Porto Alegre um projeto sobre a flexibilização dos cobradores de ônibus. A lei dispõe que não haverá cobradores em algumas linhas, das 22h às 4h em dias úteis, nos domingos, feriados e dias de passe livre. O projeto não prevê o fim do cargo de cobrador de ônibus, apenas permite que a empresa opere em determinados horários da noite e madrugada sem o cobrador, horários em que a frequência de passageiros já é baixa.

Já está mais do que na hora de o transporte coletivo se modernizar. Se o pagamento em dinheiro é pouco utilizado, não faz sentido ter o custo de um funcionário apenas para isso. Inúmeras cidades já não contam mais com a função do cobrador, que é exercida pelo motorista, no embarque dos passageiros, momento em que podem pagar com dinheiro, cartão de bilhetagem eletrônico e até com cartão de crédito ou débito. Porém, Porto Alegre sempre se diferencia. Não à toa, tem uma das tarifas de ônibus mais caras do Brasil.

Porém, o ponto principal deve ser outro. Essa discussão sobre cobradores nem deveria existir. Primeiro porque não deve ser função do Estado definir ou não essa necessidade, que deve ser das empresas e passageiros. Como também não deve ser papel do Estado definir a tarifa, ter linhas monopolizadas por uma empresa estatal, isentar passagens para idosos e estudantes e restringir o mercado a poucas linhas para apenas algumas empresas.

Por fim, o que devemos buscar é dar liberdade para as empresas operarem seus serviços da melhor forma possível, deixando-as competir com os demais meios de transporte. O Estado deve abrir o mercado para quem quer investir, dando ao cidadão o poder de optar por qual meio usar. Taxar ou isentar um meio de transporte em benefício de outro é uma intervenção que não deve existir. A interferência estatal, em qualquer caso, sempre acabará prejudicando a população.

Richard Sacks, empreendedor e associado do IEE.

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