Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2022
Kristen Stewart, famosa pelo papel de Bella na Saga Crepúsculo, foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz pela primeira vez. A atriz chamou a atenção da Academia pela sua atuação como a princesa Diana no filme “Spencer”. Ela disputará a estatueta com Jessica Chastain, Olivia Colman, Penélope Cruz e Nicole Kidman.
“Spencer” acompanha Diana durante suas férias de Natal com a família real, nos últimos dias antes dela pedir o divórcio do príncipe Charles. O longa já pode ser assistido nos cinemas.
A partir do momento em que Diana põe os pés no palácio, tudo o que ela faz parece engrossar uma longa lista de erros que balançam a imagem de uma família que precisa parecer sempre perfeita – mas que, notamos, tem sua própria coleção de problemas mundanos, mesmo que embalados em cetim e adornados por joias.
“A Kristen [Stewart] é uma atriz de muita coragem, porque tomar a decisão de interpretar um ícone como Diana envolve muitos riscos. Mas ela se conectou ao espírito da personagem desde a primeira vez que leu o roteiro. Ela foi a escolha perfeita para o papel”, diz o produtor do filme Juan de Dios.
Não deixa de ser curioso o fato de Stewart ser americana, num filme dirigido e produzido por irmãos chilenos, gravado na Alemanha, mas que fala sobre um ícone tão indissociável da cultura britânica.
Em “Spencer”, Diana é repreendida pelos atrasos, por não usar os vestidos designados para cada dia da viagem, por não fechar as cortinas de seu quarto, por não controlar a raiva pela óbvia traição do marido com Camilla Parker Bowles, por “não ser capaz de fazer coisas que odeia”, como diz Charles numa das cenas.
As advertências e o excesso de controle a mergulham cada vez mais na depressão e na bulimia –e também na leitura de um livro sobre Ana Bolena, que sofreu nas mãos da família real séculos antes dela e que teve um destino, a decapitação, que poderia muito bem ser o de Diana se ainda estivéssemos na primitiva era Tudor.
Bolena logo sai das páginas e faz Diana perder a cabeça, tendo alucinações e sentindo que é perseguida pela ex-mulher do rei Henrique 8º. Quando não é assombrada por ela, são as lentes dos fotógrafos que a assustam –mas nenhum deles parece de fato estar lá.
Onipresente, a figura fantasmagórica soa como um bom artifício para distanciar “Spencer” de tantas outras obras sobre Diana, morta há quase 25 anos, mas ainda hoje exaustivamente retratada em artigos, livros, documentários e tramas de ficção –só nos últimos meses, ela esteve no centro de “The Crown” e de “Diana: O Musical”.
“Essa popularidade é um mistério para mim. Eu tenho uma filha de 12 anos que sabe exatamente quem foi a princesa Diana e o que aconteceu com ela. Eu entendo o porquê do fascínio para as pessoas da minha geração, que a viram viva e se sentiam conectados a ela, mas não sei dizer o porquê de isso acontecer com as novas gerações”, afirma Juan de Dios Larraín.
“Nós estamos falando de uma princesa de verdade, mas que era como todo mundo. Não há alguém assim para admirarmos hoje. Ela também foi um ícone da moda, e aí você mistura isso com o interesse pela família real e até mesmo política e ela acaba virando uma figura atemporal”, arrisca ele.