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Por Redação O Sul | 26 de fevereiro de 2018
Nessa segunda-feira, o Palácio do Planalto anunciou que o atual secretário-geral do Ministério da Defesa, general do Exército Joaquim Silva e Luna, assumirá interinamente o comando da pasta. Ele é o primeiro militar a ocupar o cargo desde que o órgão foi criado, em 1999.
A nomeação ocorreu devido à transferência do então titular da Defesa, Raul Jungmann, para o recém-criado Ministério Extraordinário da Segurança Pública. O novo órgão foi oficializado à tarde por meio de uma MP (Medida Provisória), editada pelo governo à tarde.
Na atual configuração da Esplanada dos Ministérios do governo de Michel Temer, Silva e Luna é também o segundo general a assumir uma pasta do primeiro escalão civil. O outro é Sérgio Etchegoyen, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
Trajetória
Natural de Barreiros (PE), o general Joaquim Silva e Luna, 68 anos, ingressou nas Forças Armadas em fevereiro de 1969, por meio da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), de onde saiu como aspirante a oficial de engenharia quatro anos depois. Ele se pós-graduou em política, estratégia, alta administração do Exército e em projetos e análise de sistemas.
Constam em seu currículo, ainda, a ampla experiência em operações militares e cursos de guerra na selva e de combate básico, ministrado pela Forças de Defesa de Israel, no Oriente Médio. Promovido em 2011 a general de Exército (quatro estrelas), ele passou para a reserva, atuando no primeiro escalão do Ministério da Defesa.
Em outubro de 2015 (quando a então presidente Dilma Rousseff iniciava o seu segundo mandato), Luna tomou posse como secretário-geral do órgão. A sua função: coordenar e planejar atividades do Ministério e promover ações articuladas entre as três Forças. Apesar do impeachment da petista no ano seguinte, ele foi mantido no cargo pelo presidente Michel Temer.
O Ministério
O Ministério da Defesa foi criado em 1999, no início do segundo mandato do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso, e abrigou os quatro ministérios militares existentes na época – Exército, Aeronáutica, Marinha e Estado-Maior das Forças Armadas. Essas pastas perderam o status e passaram a ter vinculação à pasta, regidos pelos comandantes das Forças.
A ideia de se criar um ministério que ficasse responsável por todas as Forças Armadas era discutida desde 1960. Com a instalação da Defesa pelo governo tucano (1995-2002), passou-se a defender a noção de que a política deveria ficar com os políticos civis, ao passo que os militares ficariam com o planejamento e a execução de ações.
De acordo com reportagens da época, na ocasião o ex-presidente afirmou que a criação do Ministério da Defesa permitiria um planejamento mais eficiente e simplificaria a representação das Forças Armadas.
O primeiro ministro da Defesa foi o ex-governador Elcio Álvares (DEM-ES), que havia encerrado o mandato no Senado um ano antes, onde atuara como líder do governo de Fernando Henrique Cardoso. Inicialmente, ele assumiu em caráter extraordinário, porque nem toda a legislação havia sido aprovada.
Desde então, mais nove civis passaram pelo comando da Defesa até hoje, com a chegada do general Silva e Luna ao posto mais alto. Dentre eles, o ex-vice-presidente da República José Alencar, o embaixador Celso Amorim e o jurista Nelson Jobim.