Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2025
Seja para perder peso, ganhar massa muscular ou melhorar a saúde mental, uma das perguntas mais comuns de quem começa a praticar exercícios é: “depois de quanto tempo vou ver os resultados?”.
Embora não haja uma resposta única – já que cada corpo responde de maneira diferente – alguns padrões e fatores podem influenciar nessa jornada, como alimentação, sono, estresse e características pessoais (idade, nível socioeconômico, estado de saúde, motivação).
Especialistas explicam que as mudanças no corpo não são instantâneas, pois tudo vai depender da frequência, intensidade do treino e estilo de vida. No entanto, a sensação de bem-estar pode ser imediata.
“À medida que o treinamento se torna mais regular, há redução de sintomas de ansiedade e depressão, melhora do humor e qualidade do sono. A capacidade aeróbia e cardiovascular, que está relacionada à redução do cansaço e aumento do ‘fôlego’, é percebida já nas primeiras semanas de treino aeróbio”, explica Christianne Coelho-Ravagnani, professora de educação física com pós-doutorado em Ciência do Exercício pela Universidade da Carolina do Sul (EUA) e presidente da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS).
Criando músculos
Como citado acima, os resultados dependem da frequência, intensidade e estilo de vida. O que os especialistas explicam é que, se você é uma pessoa sedentária, as mudanças podem surgir “mais rápido”, entre oito e doze semanas de treinamento.
“A pessoa sedentária talvez perceba mais rápido os resultados. Quando o indivíduo é treinado, as mudanças também ocorrem, mas o ganho é mais difícil”, explica Mauro Guiselini, mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Ciências do Movimento Humano.
Christian Zamprogna, especialista em treinamento esportivo pela Estúdio Fly, lembra que o ganho de músculos não depende apenas de exercícios, mas também de biotipo, alimentação e descanso.
Sobre homens e mulheres, os especialistas explicam que ambos são capazes de ganhar força e massa muscular com o treinamento físico. No entanto, alguns fatores biológicos podem impactar na magnitude dos ganhos, como a testosterona – hormônio essencial para a hipertrofia muscular e mais presente no organismo dos homens.
Para perder peso
Para quem está buscando o emagrecimento, o exercício físico não é o protagonista, mas um aliado – a alimentação é responsável por 70%/80% do resultado.
“O emagrecimento requer que a pessoa gaste mais calorias do que consome em seu dia a dia. Aliar dieta com o treinamento físico é uma estratégia muito mais eficaz para emagrecimento do que depender apenas dos exercícios”, diz Daisy Motta, doutora em Ciências Biológicas e diretora científica da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS).
Impacto na saúde mental
A sensação de bem-estar pode ocorrer imediatamente após uma sessão de exercícios, quando liberamos os chamados hormônios da felicidade (endorfina e dopamina).
“Praticar atividade física reduz sintomas depressivos e de ansiedade, proporcionando ao praticante conhecer seu corpo e seus limites. Ele também desenvolve o amor-próprio, já que vai conseguir realizar tarefas que seriam impossíveis antes de sua prática, criando senso de capacidade e superação”, diz Zamprogna.
30 minutos vale?
Estudos apontam que mesmo quantidades modestas de exercício podem ter impactos significativos na saúde, desde redução do risco de arritmias cardíacas e declínio cognitivo até o controle da pressão arterial. O mais importante é se movimentar e espantar o sedentarismo.
“O tempo de treino é determinado de acordo com os objetivos e condições da pessoa. Se ela tem pouco tempo, pode se beneficiar dos treinos curtos e mais intensos ou pode dividir os treinos ao longo do dia. Se há restrição por doença ou mobilidade, pode-se reduzir a intensidade e aumentar um pouco a duração ou escolher o melhor exercício”, orientam as especialistas da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde.
Cardio ou musculação?
Tudo vai depender do seu objetivo. Os treinos de força são os mais indicados para o ganho de massa muscular. Já os treinos aeróbios são importantes para garantir a manutenção da massa muscular na região que está sendo treinada. No final, o que importa é a prática regular de atividade física.
“O melhor exercício é o que você gosta, o que você se sente bem e o que te ajuda a alcançar os objetivos que você pretende. Todo exercício que fazemos vai nos trazer algum benefício para a saúde”, destaca Guiselini.
O que pode atrapalhar os resultados?
Christian Zamprogna aponta que o overtraining pode ser um dos obstáculos para resultados satisfatórios.
“O desequilíbrio entre treino e descanso pode levar o praticante a resultados negativos, como dores musculares, fadiga, insônia, diminuição de força muscular ou performance, dores de cabeça e alteração de humor. Um sinal de alerta é quando a frequência cardíaca de repouso começa a subir de forma inexplicada”, alerta Zamprogna.