O mundo cometeu o desatino de permitir que 90 por cento da produção de insumos para combater a pandemia se concentrassem em um único país. A China tomou conta do mercado de materiais indispensáveis à proteção e ao trabalho dos profissionais de saúde.
Sempre há um motivo
Os preços da China tornaram-se imbatíveis porque os salários pagos são baixíssimos. Aos países capitalistas agradou a fórmula de exploração dos operários sob o regime político comunista. Hoje, é uma multinacional do lucro.
Às pressas
Vinte e três cargueiros de grande porte viajam à China para suprir as necessidades norte-americanas no combate à pandemia.
Enquanto isso, mesmo com dinheiro disponível para a compra, os fornecedores têm preterido o Brasil.
Atropelador
O presidente Donald Trump, com a diplomacia que lhe caracteriza, declarou ontem: “Precisamos das máscaras. Não queremos outros conseguindo o que necessitamos.” Tão sutil como um elefante numa loja de cristais.
Derrota amarga
Analistas de política internacional avaliam que os gastos dos Estados Unidos foram em vão. Trilhões de dólares, ao longo de décadas, destinaram-se à compra de armamentos para garantir a hegemonia política e econômica em vários continentes. A superpotência está sendo derrotada por um vírus letal e insidioso.
Será um bom sinal
Há indícios de que bandeiras brancas serão erguidas, a partir de amanhã, no Palácio do Planalto e no prédio do Ministério de Saúde.
Avisos e disparos
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, garante lugar na próxima edição do Livro dos Recordes: mandou a polícia atirar para matar quem desobedecer a ordem de ficar em casa.
Efeito
Dá para imaginar o que, provavelmente, ocorrerá a 4 de outubro, dia das eleições às prefeituras e câmaras municipais: distanciamento nas filas, algumas máscaras e álcool gel junto às urnas eletrônicas para uso dos que ainda estiverem temendo o coronavírus.
A campanha nos 45 dias anteriores deverá ser sem aperto de mão dos eleitores.
Menos repercussão
Encerrou-se ontem o prazo para transferência do domicílio eleitoral e filiação a partido político. Foi também o limite para secretários municipais ou estaduais deixarem os cargos para concorrer a vereador. A tradicional efervescência e surpresas ocorreram virtualmente e nos bastidores.
Dificuldades em mudar
O Tribunal Superior Eleitoral mantém os prazos, porque falta marco jurídico para qualquer adiamento. O calendário está previsto em lei e mudá-la envolve problemas. Qualquer alteração no rito precisa ocorrer até um ano antes da eleição. A data já passou, foi outubro de 2019. A anualidade é importante para prevenir casuísmos com o jogo em andamento, favorecendo ou prejudicando algum candidato.
Será necessário deixar o tempo passar para clarear o horizonte.
Tempos sombrios
O secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, prevê a perda de 20 por cento na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, a principal fonte. O dado permite medir a crise em que o Rio Grande do Sul vai mergulhar por tempo indefinido com a diminuição dos negócios.
Liberdade para ouvir
Há dois anos, entrou em vigor a lei, sancionada pelo presidente Michel Temer, permitindo a flexibilização da apresentação da Voz do Brasil entre 19h e 22h. Desde 1938, as emissoras de rádio eram obrigadas a entrar em rede nacional às 19h, deixando os ouvintes sem opção. O país vivia sob regime da ditadura de Vargas. Todos tinham de acompanhar a versão oficial dos fatos.
Comparando
A 5 de abril de 1999, a taxa básica de juros caiu de 42 para 39,5 por cento, por decisão do Comitê Política Monetária do Banco Central. Contraste com os 4,25 por cento de hoje. A pergunta que persiste: como isso pôde acontecer?
Hora da habilidade
Nos períodos de crise, governantes precisam mostrar que sabem superar a inação, mistura de atrapalhação com irritação.