O governo federal se envolve em conflitos incessantes e o Congresso se ocupa com homenagens infindáveis. Enquanto isso, o Brasil está na 71ª posição do ranking de competitividade global entre 141 países.
Cena rápida
Bate boca na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados ontem. O assunto em debate era a prisão de réu após sentença de 2º grau. O presidente Felipe Francischini conclamou: “Parem de gritar, pelo amor de Deus. Parece que estão matando um bezerro.” Maria do Rosário reagiu: “Vossa excelência aprendeu com os que batem em professores, com aqueles que jogam cachorros em educadores, com aqueles que torturam. Vossa excelência aprendeu com quem a ser um projeto de ditador?” Francischini contra-atacou: “Você é chata demais, deputada. Por favor.”
Lugar no Livro dos Recordes
Terminará em um mês o direito de espernear da empresa que venceu a licitação do Cais Mauá e nada fez. Falta a assinatura de um documento em Brasília que chegará a Porto Alegre com a solução para o imbróglio de nove anos.
Não será surpresa se, mesmo assim, o lançamento de novo edital e o começo das obras de revitalização se arrastarem mais.
Ficaram só na promessa
Quinze governadores reuniram-se em Brasília com o presidente Fernando Henrique Cardoso, a 16 de outubro de 1999, e pediram ajuda da União para capitalizar os fundos estaduais de Previdência. Em troca, garantiram que haveria reestruturação do sistema atuarial equilibrado para não comprometer mais o caixa do Tesouro de cada Estado.
Passados 20 anos, os fundos de reserva não existem.
Aos poucos
O costume de soltar foguetes, surgido em 1232 na China, não será totalmente extinto com uma lei. Sempre haverá quem insista, correndo risco de acidentes e ofendendo ouvidos de outros. Porém, o projeto da deputada Luciana Genro, aprovado ontem pela Assembleia Legislativa, é um passo. Proíbe o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos de estampidos no Rio Grande do Sul.
Foram 28 votos favoráveis e 15 contrários da resistência fogueteira.
Causa e consequência
O deputado estadual Issur Koch trouxe ontem, Dia do Professor, um dado inquestionável que explica muito: 72 por cento dos que cumprem pena no Estado abandonaram os estudos na faixa dos 12 aos 14 anos.
Perderam a paciência
Dos oito deputados federais do PDT que votaram a favor da reforma da Previdência, sete pediram desfiliação ontem. Entre eles, Marlon Santos. A informação em agosto era de que seriam julgados no prazo máximo de dois meses. Passaram-se três meses e o único movimento da Comissão de Ética foi pedir agora que enviassem uma nova defesa. Acharam que já era demais.
Desproporcional
Na eleição presidencial de 2006, Luciano Bivar entrou em último lugar com 0,06 por cento dos votos. Agora, como chefão do PSL, abre confronto com Jair Bolsonaro, que alcançou 55,3 por cento. É muita petulância.
Incompetência
A 5 de novembro, o desastre ambiental com o rompimento da barragem do Fundão completará quatro anos. Matou 19 pessoas. Os sobreviventes seguem desamparados. Diversos municípios de Minas Gerais estão sob risco. As autoridades não sabem o que fazer.
Mais imune
Há um ano, este colunista previu: a nova composição da Assembleia Legislativa, que tomaria posse a 31 de janeiro, era predominantemente conservadora. Isso facilitaria a aprovação de projetos de impacto do governo.
Oito meses e meio depois, confirma-se.
Conta gotas
Após a liminar da Justiça, obrigando a Prefeitura de Pelotas a pagar os salários em atraso, serão depositados 2 mil reais até amanhã na conta de cada servidor.
Com a crise aumentando, o parcelamento se tornará prática comum em um número crescente de municípios.
Assíduos no portão de embarque
Ao final do ano, vários Legislativos, de Norte a Sul, entregarão troféus. Um deles será o Marco Polo para os que gostam de viajar sem pagar com dinheiro do próprio bolso.