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Mundo Peso barato atrai estrangeiros para compra de imóveis em Buenos Aires

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Os argentinos, que não têm acesso a crédito habitacional, estão ficando marginalizados das operações no mercado imobiliário em seu próprio país.

Foto: Divulgação
A inflação da Argentina fechou dezembro em 25,5%.(Foto: Divulgação)

Muito além do turismo, a Argentina e a moeda local, o peso, desvalorizado, atrai estrangeiros para compra de imóveis na capital Buenos Aires.

O americano Chase Washington, de 40 anos, chegou a Buenos Aires há cinco meses e, desde então, mora num apartamento alugado por uma plataforma on-line. Cansado da rotina em Dallas, nos Estados Unidos, o analista financeiro decidiu tirar um ano sabático e procurar um lugar no mundo onde pudesse ter melhor qualidade de vida.

Após pesquisar sobre vários países, do Vietnã à Grécia, entre outros, e de ter conhecido um pouco da vida em Buenos Aires, o americano chegou à conclusão de que a Argentina é o melhor lugar onde poderia viver.

Chase comprou um apartamento por US$ 100 mil em Las Cañitas, um dos bairros mais badalados da capital argentina e já pensa em escolher um segundo imóvel, como investimento. Enquanto toma um café perto de sua nova casa, ele resume por que escolheu o país para viver:

“A verdade é que estou feliz, Buenos Aires é uma cidade maravilhosa, onde vivemos bem, comemos bem, e tudo isso desembolsando valores muito abaixo do que gastaríamos em qualquer outro lugar”, disse.

Nos últimos meses, Washington visitou a província de Mendoza, as Cataratas do Iguaçu, e já está planejando uma viagem a Ushuaia, no extremo sul do país.

“A Argentina tem um clima maravilhoso, pessoas muito agradáveis, é tudo muito bom aqui. É triste ver a pobreza, e as dificuldades que os argentinos enfrentam, provoca um sentimento de culpa de que estamos nos aproveitando uma situação favorável para nós”, reconhece Chase, que após alguns meses já entendeu perfeitamente que a Argentina é hoje um país para os argentinos, e outro país completamente diferente para os estrangeiros:

“Sinto que os preços aumentam, mas como o dólar também sobe isso não me afeta. Sei que para muitas outras pessoas é diferente e lamento muito essa situação”, comenta o analista financeiro, que passa seus últimos dias comprando móveis e eletrodomésticos para equipar sua nova casa portenha.

O americano não é um caso isolado. Conforme pesquisa da RE/MAX Premium, da rede internacional de corretores Remax, atualmente duas de cada dez consultas sobre compra de imóveis na capital argentina são feitas por estrangeiros. Os primeiros da lista são os russos. Dados oficiais estimam que desde o início da Guerra na Ucrânia 23 mil russos emigraram para a Argentina.

Mas brasileiros, chilenos, uruguaios, americanos e europeus também estão de olho no desvalorizado mercado imobiliário portenho, que opera quase exclusivamente em dólares, há décadas.

De acordo com Ariel Champanier, CEO do grupo Remax Premiun no País, o preço do metro quadrado nos melhores bairros da cidade está, em média, em US$ 1.800. Entre 2018 e o primeiro semestre deste ano, esse valor sofreu queda de 50%:

“Temos muitas consultas de estrangeiros. Nos primeiros meses do ano, os russos compraram muito, agora acalmou um pouco. Estavam interessados em apartamentos na Recoleta, Palermo, e até mesmo em casas em condomínios como Nordelta (um bairro da grande Buenos Aires)”, observou.

Outro cálculo feito pelo site imobiliário Zonaprop indica que entre junho de 2022 e o mesmo mês deste ano o valor dos imóveis em dólar em Buenos Aires sofreu queda de 5,7%.

Segundo ele, a Argentina hoje é competitiva em matéria de aluguéis temporários, pela invasão de turistas estrangeiros no país. Por isso, muitos investidores compram apartamentos para alugar através de plataformas como a Airbnb. Outros, como Chase, decidem morar em Buenos Aires pelos preços baixos para quem tem renda em dólares ou euros.

“Hoje, você compra um apartamento bonito, de quarto e sala e bem localizado, por entre US$ 80 mil e US$ 90 mil. Em 2018, esse mesmo apartamento custava US$ 130 mil”, afirma o CEO da Remax.

O problema deste fenômeno é que os argentinos, que não têm acesso a crédito habitacional, estão ficando marginalizados das operações no mercado imobiliário em seu próprio país. Conseguir alugar um apartamento em pesos é missão praticamente impossível, já que a grande maioria dos proprietários optou por aluguéis temporários, pagos em dólares.

Apartamentos alugados em pesos conseguem fechar contratos no mesmo dia em que são colocados no mercado, pela escassez de ofertas para que não tem dólares ou euros.

 

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https://www.osul.com.br/peso-barato-atrai-estrangeiros-para-compra-de-imoveis-em-buenos-aires/ Peso barato atrai estrangeiros para compra de imóveis em Buenos Aires 2023-08-07
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