Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2020
A volta da CPMF com uma nova roupagem, em estudo pela equipe econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, para dar um reforço no caixa do governo, é desconhecida dos brasileiros: 69% nunca ouviram falar do assunto, 30% já e 1% não lembra.
Os números constam de levantamento da casa de análise de investimentos Exame Research em parceria com o Instituto Ideia divulgado nesta terça-feira (20).
O novo imposto de 0,2%, se passar no Congresso, vai incidir na entrada e saída de recursos e incidirá sobre transações digitais para serviços de aplicativos, além de pagamentos via internet de produtos, serviços e operações financeiras.
No levantamento foi ainda perguntado se caso os recursos arrecadados com o novo imposto fossem usados para reduzir os custos das empresas na contratação de novos trabalhadores, qual seria o posicionamento dos entrevistados: 49% são contra, 41% a favor da redução dos custos das empresas e 10% não souberam opinar.
A pesquisa perguntou também se os recursos arrecadados com o novo imposto fossem usados para financiar programas sociais, como o Bolsa Família e o Renda Cidadã, qual seria o posicionamento dos entrevistados. Para 53% dos entrevistados o dinheiro não deveria ser utilizado para programas sociais, 38% foram a favor e 10% não souberam opinar.
A pesquisa questionou também qual o destino do novo imposto: se os recursos arrecadados deveriam ser utilizados para investimento em Saúde, Educação e Segurança: 62% disseram que seriam favoráveis à criação do novo imposto, 33% contra e 5% não opinaram.
Perguntados se o dinheiro arrecadado pelo novo imposto deveria ser destinado somente a uma área, a maioria avalia que 44% deve ir para a Saúde; 24% para Educação, e 10% para reduzir custos de contratação e geração de empregos. Para o Renda Cidadã, que vai substituir o Bolsa Família, 7%.
O restante ficou dividido em: contra qualquer outro tipo de imposto, 6; segurança, 5%; um pouco de cada 2%; não acredita que algum imposto possa favorecer a população e não sabe em 1%.
A pesquisa foi realizada de 5 a 8 de outubro, com 1.200 homens e mulheres residentes no Brasil, com idade superior a 16 anos. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Guedes
Na última semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não desistiu de criar um imposto sobre transações para desonerar a folha de pagamento e tentar incentivar a geração de empregos. Segundo o ministro, enquanto não houver uma solução melhor, ele prefere “esse imposto de merda”.
“Estamos subsidiando capital e taxando o trabalho. É inaceitável. Então, enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro a segunda melhor, que é esse imposto de merda”, afirmou Guedes em live em inglês promovida pela XP Investimentos.
O ministro, porém, nega qualquer semelhança com a antiga CPMF, tributo que era cobrado sobre transações financeiras e que existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde. A alíquota máxima foi de 0,38% sobre cada operação. “Não é CPMF de jeito nenhum. É digital”, afirmou.