Pesquisa Datafolha divulgada no sábado (19) revela que 74% dos entrevistados dizem que não pretendem se reunir com pessoas que não vivam na mesma casa durante as festas de fim de ano. O número é maior entre mulheres e idosos (78%) do que entre homens e jovens (70%).
Mesmo entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro – aqueles que avaliam o governo como ótimo ou bom – a maioria (69%) diz que não pretende se reunir com pessoas de fora. Pessoas que ganham acima de 10 salários mínimos (47%) e com ensino superior completo (37%) são os que mais pretendem se encontrar com pessoas de fora do núcleo familiar.
A pesquisa foi feita entre os dias 8 e 10 de dezembro com 2.016 pessoas adultas em todas as regiões e estados, por telefone, com ligações para aparelhos celulares (usados por 90% da população). A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A pesquisa foi feita entre os dias 8 e 10 de dezembro com 2016 pessoas adultas em todas as regiões e estados, por telefone, com ligações para aparelhos celulares (usados por 90% da população). A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou uma cartilha com dicas para festas de Natal e Ano Novo durante a pandemia de Covid-19. A recomendação principal da entidade é que a forma mais segura é ficar em casa e celebrar apenas com as pessoas que moram na mesma residência. Apesar disso, os especialistas reuniram dicas para reduzir os riscos.
Medidas
Com a taxa de contágio da covid-19 em alta em várias regiões do Brasil, os médicos alertam que a única forma de ter certeza de que você não passará uma doença que pode ser fatal para familiares e amigos é abrindo mão de uma comemoração presencial. Há, no entanto, medidas que podem ser tomadas para mitigar o risco, ou formas de dar uma nova cara às comemorações neste ano.
A moradora de Macaé (RJ) Polyanna Linhares, de 28 anos, está acostumada a passar o Natal na casa da tia com mais ou menos vinte pessoas. Para o fim de 2020, no entanto, a família mudou a tradição. Ela diz que a festa virtual não é o que gostaria de fazer, idealmente, mas foi a melhor opção encontrada para proteger a família.
“Fiquei chateada, mas ciente de que é a decisão certa. Vamos fazer um amigo oculto virtual: sorteamos os nomes por um aplicativo, faremos a festa pelo Zoom e depois a gente dá um jeito de entregar os presentes”, diz. “Não vai ser do mesmo jeito, é claro. Mas é o que dá para fazer, para a gente se proteger e proteger quem a gente ama.”
A primeira dica é fazer uma reunião com o menor número possível de pessoas. Idealmente, a comemoração deve ocorrer só entre quem já vive na mesma residência.
“Temos que pensar em evitar encontros com muitas pessoas. É momento para encontrarmos famílias nucleares. Não é momento de fazer grandes encontros de família, com reuniões com mais de dez pessoas”, diz Juliana Lapa, infectologista e professora da Universidade de Brasília.
Se for fazer encontro, que seja em lugar aberto: jardim, laje, quintal, onde as partículas de vírus vão se dissipar mais facilmente com o vento. Se não houver um ambiente completamente aberto, a recomendação é fazer em uma varanda. Se a única opção for dentro de um apartamento, deixe todas as janelas abertas.
Fazer encontros mais rápidos é outra sugestão dos especialistas, já que o risco aumenta com mais tempo de exposição. Os especialistas concordam em outro ponto: as máscaras devem ser usadas sempre que possível, retirando apenas na hora de comer ou beber. Além disso, evitar falar alto e cantar também ajuda na redução de riscos. “Quanto mais forte a fala ou o canto, mais partículas são expelidas no ar”, diz Urbano.
O momento da ceia pode ser o grande vilão, segundo médicos, já que as pessoas geralmente ficam próximas e precisam tirar as máscaras. É por isso que, além do cuidado de evitar compartilhar objetos como talheres e copos, a recomendação é que se faça um rodízio para sentar à mesa na hora de comer.