Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2022
Muitos remédios disponíveis hoje trazem efeitos colaterais graves.
Foto: ReproduçãoSegundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia. O tratamento varia, podendo envolver apenas mudanças de rotina, como uma regularidade na hora de dormir, ou, em casos mais severos, o auxílio de medicamentos devidamente prescritos por um médico. Porém, embora necessários, eles nem sempre significam um ponto final para o problema. Isso porque muitos remédios disponíveis hoje trazem efeitos colaterais graves, como quadros de dependência ou até mesmo uma piora do sono a longo prazo.
Um estudo realizado na Universidade de Oxford, no Reino Unido, avaliou os medicamentos contra a insônia mais usados no mundo. O lemborexant se mostrou o mais eficaz tanto no tratamento agudo quanto no de longo prazo do distúrbio do sono.
O remédio tem a aprovação de uso nos Estados Unidos desde 2019, com o nome comercial de Dayvigo, mas ainda não é vendido no Brasil. Ele pertence à classe de medicamentos chamados antagonistas (bloqueadores) da hipocretina, um neurotransmissor que regula a excitação, a vigília e o apetite.
A pesquisa liderada pela professora Andrea Cipriani, consultora do sistema de saúde inglês, foi publicada em julho na revista The Lancet e é a maior feita até hoje sobre o tema.
Os cientistas compararam a eficácia de 30 medicamentos usados contra a insônia – licenciados ou não – por 44 mil pessoas, tendo como base 154 estudos clínicos publicados anteriormente.
Os participantes foram avaliados quanto à qualidade do sono, os efeitos da interrupção do tratamento e a presença de quaisquer eventos adversos, como tontura, náusea, fadiga, dor de cabeça, sedação e sensação de sonolência.
“Muitos medicamentos licenciados – incluindo benzodiazepínicos, daridorexant, suvorexant e trazodona – podem ser eficazes no tratamento agudo da insônia, mas estão associados à baixa tolerabilidade ou não há informações disponíveis sobre os efeitos a longo prazo”, escreveram os autores.
“Claramente, a necessidade de tratar a insônia da maneira mais eficaz possível é muito importante, pois pode ter efeitos indiretos na saúde do paciente, na vida doméstica e no sistema de saúde em geral”, destacou a professora Andrea Cipriani, à agência de notícias da universidade.