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Um pesquisa indicou que 76% dos americanos são contra a deportação de jovens imigrantes, determinada pelo presidente Donald Trump

Protesto contra fim do programa Daca. (Foto: AFP)

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (5) pelo site “Politico” aponta que 76% dos americanos se opõe à deportação dos 800 mil jovens sem documentos conhecidos como “sonhadores”, cuja proteção foi suspensa pelo presidente Donald Trump.

A sondagem, realizada pela empresa Morning Consult, indica que apenas 15% dos consultados se mostra a favor da deportação dos “sonhadores”.

Além disso, 58% dos entrevistados está a favor de que os “sonhadores” fiquem nos Estados Unidos e possam obter a nacionalidade, enquanto 18% apoia que recebam apenas a residência.

Os “sonhadores” recebem o apoio maioritário de americanos de todas as ideologias, entre democratas (84%), republicanos (69%) e independentes (74%).

Até mesmo entre os eleitores de Trump, a grande maioria (66%) é contra sua deportação.

A Morning Consult realizou a pesquisa entre 31 de agosto e 1º de setembro com entrevistas com 1.993 eleitores registrados e a margem de erro é de 2%.

Trump anunciou hoje o fim do plano promovido pelo ex-presidente Barack Obama, conhecido como DACA e que protegeu da deportação 800 mil jovens sem documentos, mas a suspensão só será efetivada dentro de seis meses para forçar o Congresso a encontrar uma alternativa.

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O procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, anunciou nesta terça-feira (5), que o governo de Donald Trump vai encerrar o programa Daca, também conhecido como “Dreamers” (Sonhadores, em tradução livre), que protege da deportação imigrantes que foram para os EUA ilegalmente ainda crianças.

“Estou aqui hoje para anunciar que o programa conhecido como DACA, que foi firmado sob a administração de Barack Obama, está sendo rescindido” anunciou Sessions, em entrevista coletiva.

Mais cedo, Trump havia antecipado em seu Twitter que mudanças sobre o DACA (sigla em inglês para o programa Atenção Diferenciada para os Chegados na Infância) seriam anunciadas nesta terça.

Segundo Sessions, nenhum beneficiário do programa vai ser afetado antes de 5 de março de 2018, o que dá ao Congresso – a única instituição com poder para modificar o sistema migratório – um prazo de seis meses para tentar preservar as garantias do programa.

“Como temos um sistema legal de imigração que atende ao interesse nacional, não podemos admitir todos os que gostariam de vir pra cá. É simples assim. Essa seria uma política de fronteira aberta e o povo americano já rejeitou isso”, justificou Sessions.

O programa foi aprovado por Obama por meio de um decreto em 2012, como uma solução emergencial depois que o Congresso não aprovou uma reforma imigratória.

De acordo com as organizações Centro para o Progresso Americano e FWD, cerca de 1.400 pessoas vão perder, diariamente, autorização legal para trabalhar nos EUA, na medida em que as autoridades migratórias pararem de processar novas solicitações. (AG)

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