Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2020
A Abrasel-RS (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul) realizou uma pesquisa junto aos associados para identificar os reflexos econômicos e sociais das medidas restritivas no setor de alimentação fora do lar em meio à pandemia de coronavírus no Estado.
Os dados indicam um cenário preocupante para os próximos 60 dias. Entre os empresários entrevistados, 33,1% apontam que podem fechar em definitivo e 31% avaliam como real a possibilidade de voltar ao mercado de trabalho como empregados e deixar de empreender.
Conforme a pesquisa, a estimativa é de que mais de 19 mil pessoas percam o emprego no setor no RS. Até o momento, 72,3% dos associados já demitiram empregados, mesmo que 83,4% tenham utilizado a MP (medida provisória) 936 para suspender ou reduzir a carga horária. 54,8% dos entrevistados precisarão prorrogar as suspensões ou reduções.
“O resultado desta pesquisa confirma o que já prevíamos para o futuro do setor, uma segunda onda de fechamentos em definitivo e mais demissões. Um reflexo da instabilidade na tomada de decisões dos Executivos municipal e estadual. Estamos em meio a uma grande crise, uma situação que piora a cada dia, e os números que levantamos demonstram o quanto nós precisamos que os governantes tenham um maior diálogo conosco para que possamos encontrar uma solução para manter o setor vivo”, disse Maria Fernanda Tartoni, presidente da Abrasel-RS.
Além dos números sobre o funcionamento das operações e o cenário de empregos, a pesquisa levantou dados sobre linhas de crédito, investimento em insumos, tributos, negociações de contratos de aluguéis, faturamento e as expectativas futuras para o setor.
A entidade afirma que a abertura, mesmo que de forma gradual, é capaz de evitar o fechamento de mais estabelecimentos. “Nós seguimos de forma rigorosa todas as medidas de higiene e segurança e podemos afirmar que nossos estabelecimentos podem operar de forma segura. O que não podemos é esperar muito tempo para retomar as atividades. Se não tivermos uma melhora na situação ou medidas que permitam o nosso funcionamento, até final do mês teremos mais empresas encerrando em definitivo as suas operações”, lamentou a presidente da entidade.
“É uma situação muito difícil e extremamente preocupante. O clima é de tensão, de desapontamento e de desânimo. Estamos falando de sonhos, de empregos e da renda de milhares de famílias, não apenas de uma operação de alimentação”, completou.
Confira a pesquisa completa aqui.