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Pesquisadora da Fiocruz diz que é questão de tempo para cepa da Índia se espalhar no Brasil

Entre as pessoas infectadas, 1.085.572 (95% dos casos) já se recuperaram da doença. (Foto: Reprodução)

Em entrevista para uma emissora de TV neste domingo (23), a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, diz não estar otimista em relação à capacidade do Brasil de conter a variante originária da Índia, detectada no Maranhão. “Eu não creio [que vamos controlar]. Acho que é só uma questão de tempo e nós vamos descobrir a variante da Índia circulando em outros locais, é muito difícil conter.”

Dalcolmo acredita que, embora o Ministério da Saúde esteja tomando medidas  neste momento – como o controle de fronteiras e a testagem em larga escala em São Luís (capital do Maranhão) –, o cancelamento de voos vindo da Índia foi tardio.

“Eu conheço razoavelmente bem as condições indianas de controle sanitário. É muito precário. Então, quando começou na Índia, ficou óbvio que aquilo iria se disseminar. E era necessário, como eu disse há quase três semanas, ter fechado os voos vindos da Índia.”

A pneumologista acredita que a testagem em massa, de toda forma, será importante para a medição do impacto, mesmo que a variante se espalhe.

“O Ministério da Saúde enviou testes, até uma quantidade grande, que pode testar metade da população de São Luís e de seus arredores. Talvez isso consiga determinar o tamanho do problema do ponto de vista epidemiológico, do impacto, mas não conseguirá controlar a transmissão.”

Terceira onda

Para a pesquisadora da Fiocruz, uma possível terceira onda se mostra iminente. “Dependendo da taxa de transmissibilidade de uma variante, sem dúvida nenhuma, poderá causar uma situação muito grave no Brasil.”

Ela complementa analisando que o ritmo de vacinação lento poderá comprometer ainda mais a população, sobretudo os jovens que estarão sem nenhuma imunidade neste provável repique. “Sem dúvida nenhuma é um momento de grande preocupação para todos nós”.

O Brasil é o 63º país no ranking global de aplicação de doses da vacina contra Covid-19 na relação a cada 100 habitantes. O país, que iniciou a vacinação há quatro meses, já esteve na 56ª posição desse ranking.

Entre os países que compõem o G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, o país aparece em 10º. Segundo dados atualizados , o Brasil aparece com 29,36 doses aplicadas a cada 100 habitantes.

As vacinas contra a Covid-19 garantem proteção porque previnem a doença, especialmente nas formas graves, reduzindo as chances de morte e internações.

Embora não impeçam o contágio e nem a transmissão do vírus, a vacinação é essencial, já que induz o sistema de defesa do corpo a produzir imunidade contra o coronavírus pela ação de anticorpos específicos, segundo a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

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