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Pesquisadora responsável pelos principais sistemas de monitoramento do desmatamento na Amazônia é demitida

Alertas feitos pelo sistema Deter indicam a perda de 1.034,4 km² da floresta no mês de junho. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

Em meio às maiores taxas de alerta de desmatamento da Amazônia dos últimos cinco anos, foi exonerada, nesta segunda-feira (13), a pesquisadora responsável pelo trabalho de monitoramento da devastação florestal no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Lubia Vinhas ocupava o cargo de coordenadora-geral de Observação da Terra, departamento responsável pelos sistemas Deter e Prodes. A exoneração, publicada no Diário Oficial desta segunda, foi assinada pelo ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, pasta à qual é vinculada o Inpe.

Em nota, o ministério esclarece que a exoneração já estava prevista. Confira:

“O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) esclarece que a exoneração da Dra. Lubia Vinhas publicada no Diário Oficial da União é parte de sua realocação do cargo de Coordenadora-Geral da CGOBT para o cargo de Chefe da Divisão de Projeto Estratégico, a ser criado no âmbito da reestruturação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que está sendo executada em sintonia com o MCTI.

A reestruturação que será apresentada em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (14), tem o objetivo de buscar sinergias e otimizar os recursos humanos e de infraestrutura do Instituto para um funcionamento mais eficiente. A Dra. Lubia Vinhas tem participado desse processo e está de acordo com as mudanças, que eram previstas e não tem qualquer relação com a produção e a divulgação dos dados de desmatamento, que continuarão a seguir os mesmos procedimentos com qualidade e transparência.

Nesta terça-feira (14) será realizada uma coletiva de imprensa na sede do MCTI, em Brasília, para apresentar a nova estrutura do Inpe, com a participação do ministro do MCTI, astronauta Marcos Pontes, e o diretor do Inpe, Darcton Damião.”

Na sexta-feira (10), o órgão atualizou os dados referentes ao desmatamento da Amazônia em junho, apontando que o ritmo de alta se manteve, mesmo com uma ação de militares na região desde maio e com a pressão que vem sendo feita por investidores estrangeiros para que o governo controle o problema.

Alertas feitos pelo sistema Deter indicam a perda de 1.034,4 km² no mês de junho, alta de 10,65% em relação a junho do ano passado, quando os alertas apontaram desmate de 934,81 km². Em apenas um mês, foram derrubados na Amazônia o equivalente à área da cidade de Belém (PA). Esse foi o mês de junho com maior devastação dos últimos cinco anos.

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