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Pesquisadores identificam genes que podem ajudar a prever a gravidade de tumores cerebrais em crianças

O câncer é a principal causa de morte por doença em crianças. (Foto: Reprodução)

Cientistas da UFRGS (Universidade Federal do RS), do Laboratório de Câncer e Neurobiologia do Centro de Pesquisa Experimental do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e do Centro de Pesquisa Rafael Koff Accordi do Instituto do Câncer Infantil, junto com colaboradores do Hospital for Sick Children e University of Toronto, no Canadá, divulgaram nesta semana um estudo que pode trazer avanços para a compreensão e tratamento do principal tipo de tumor maligno cerebral que atinge crianças.

O câncer é a principal causa de morte por doença em crianças, e os tumores cerebrais são os maiores responsáveis pela mortalidade por tumores da infância. O principal tipo de tumor cerebral maligno da infância é chamado meduloblastoma. A equipe de pesquisadores foi a primeira a propor que proteínas conhecidas como neurotrofinas, que contribuem para o desenvolvimento, sobrevivência e plasticidade dos neurônios no cérebro, podem também contribuir para o desenvolvimento de meduloblastoma.

A inibição, com fármacos experimentais, da ação de neurotrofinas, em células de meduloblastoma cultivadas em laboratório, ou em camundongos com meduloblastoma, foi eficaz em reduzir o crescimento dos tumores.

No artigo de revisão sobre o papel de neurotrofinas em meduloblastoma divulgado nesta semana no periódico científico Cancers, os pesquisadores também mostram os resultados de análises até então inéditas da expressão de genes em coleções de amostras de mais de 900 tumores de pacientes. Os dados mostram que maior expressão dos genes que codificam a neurotrofina chamada fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, do inglês brain-derived neurotrophic factor), bem como o gene para sua proteína receptora, chamada TrkB, ou para outro receptor de neurotrofina, chamado TrkA, está associada à menor sobrevida de pacientes com meduloblastoma.

Por outro lado, maior expressão do gene para o receptor de neurotrofina chamado TrkC foi associado a melhor prognóstico de sobrevida. Esses resultados indicam que os níveis de diferentes proteínas receptoras Trk em tumores podem indicar a gravidade medida pela chance de sobrevivência em pacientes com esse tipo de tumor cerebral pediátrico.

O estudo fez parte da tese de doutorado de Amanda Thomaz no Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da UFRGS, com orientação do professor Rafael Roesler, do Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Básicas da Saúde, e co-orientação de Michael D. Taylor, do Hospital for Sick Children e da University of Toronto, no Canadá.

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