Com auxiliares que tem, o governo de Jair Bolsonaro não precisa de inimigos. Após a Petrobras decretar o 8º aumento semanal consecutivo, com explicações vagas sobre “volatilidade de preços” e outras crendices, um diretor da Petrobras afirmou em coletiva nesta segunda (27), com a insensibilidade característica do tecnocrata, que o preço dos combustíveis estaria “defasado” e que a empresa avalia mais aumentos.
Fogueira da convulsão
A declaração chega a ser irresponsável porque põe gasolina na fogueira que se forma de uma convulsão social dada como certa.
Pedala, Bolsonaro
Chegou ao ponto em que ou o Brasil acaba com o monopólio e privatiza a Petrobras ou a Petrobras acaba com o que resta de paz social no País.
Altas desnecessárias
O lucro pornográfico de R$ 42,8 bilhões, no segundo trimestre deste ano, mostrou que os aumentos da Petrobras estão muito além do necessário.
Hay que endurecerse
O diretor arrogante disse olhar aumentos “com carinho”, parafraseando Che Guevara: “hay que endurecerse pero sin perder la ternura.”
Contrato suspeito no BNB revolta… Costa Neto
Os brasileiros viveram para ver um vídeo do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pedindo ao governo para demitir seus indicados para a diretoria do Banco do Nordeste por suspeita… de corrupção. Tudo começou com mensagem do presidente Jair Bolsonaro indagando Costa Neto sobre a denúncia de contratação por R$ 583 milhões, pelo BNB, de supostos serviços de uma ONG ligada ao PT. Valdemar Costa Neto afirmou que a contratação suspeita da ONG Inec era inaceitável.
Olho da rua
Costa Neto pediu ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, em ofício, a demissão do presidente do BNB, Romildo Rolim, e toda a diretoria.
Denúncia do CN7
A existência do contrato suspeito com a ONG petista foi revelada pelo site CN7, do Ceará, do jornalista Donizete Arruda.
Mensaleiro do PT
Fazedor de partidos, Valdemar Costa Neto cumpriu pena no escândalo de corrupção do mensalão, durante o governo Lula.
Religião proibida
O Supremo Tribunal Federal decidiu reiterar pelo Twitter a proibição da entrada em terras indígenas de povos isolados. Curiosamente, o destaque foi para missões religiosas, mas a postagem não cita ONGs, nem mesmo as picateras e/ou estrangeiras, atuantes na região.
Dúvida é geral
A batalha das narrativas está tão intensa que o ex-consultor do Banco Mundial Roberto Motta ironizou a imprensa dizendo que “não existe comprovação científica de que a mídia brasileira ainda faz jornalismo”.
Burocracia da morte
Ainda aguarda avaliação na CCJ da Câmara projeto de 2020, aprovado no Senado, que agiliza desembaraço aduaneiro de produtos importados para combate à covid. Corre o risco de ser aprovado após a pandemia.
Retardatários
Apenas Roraima e Amapá seguem vacinando em ritmo lento. Segundo o vacinabrasil.org, os dois têm 21,2% e 22,4% da população imunizada com duas doses ou dose única. Todos os demais estão acima de 30%.
Uma para cada
O Brasil encerrou a segunda (27) com mais de 233 milhões de doses de vacinas aplicadas na população. O número prova o sucesso do programa de vacinação e supera o total de casos de covid registrados no mundo.
Passaporte ilegal
Janaina Paschoal prega reflexão sobre “passaporte da vacina”. Segundo a deputada estadual (SP), a maioria dos brasileiros quer se vacinar, mas não há respaldo jurídico para a obrigatoriedade. “Estão criando, no nosso País, uma forma de discriminação ‘politicamente correta’”, criticou.
A grande aposta
Nem o PT acredita em pesquisas que dão vitória certa de Lula na eleição 2022. A deputada Erika Kokay ainda acha que o TSE vai cassar a chapa Bolsonaro-Mourão “em um mês”. Razões não lhe faltam.
Pesquisas
O PS do primeiro-ministro António Costa perdeu para o conservador Carlos Moeda a eleição de domingo (26) em Lisboa, onde os institutos de pesquisa proclamavam a vitória socialista. Perdeu no Porto também.
Pergunta na margem de erro
De tanto errarem os resultados das eleições, já podemos considerar que os institutos de pesquisa não têm comprovação científica?
PODER SEM PUDOR
O veneno do escorpião
Em 2001, no Congresso Internacional de La Sinistra em Pesaro, Itália, o então candidato à presidência Ciro Gomes entregou ao colega de partido na época, deputado Roberto Freire, um discurso do professor Mangabeira Unger desancando o rival Lula. Pediu que Freire lesse no plenário. “É radicalismo imbecil, não se ataca um homem de esquerda desta forma, é uma irresponsabilidade! Esqueça isso!”, reagiu Freire.
Num dos trechos, Unger afirmava que Lula tinha “o veneno do cinismo”. Não faziam a menor ideia de acusações muito mais graves, anos mais tarde, que levariam o petista à condição de presidiário.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos