Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2023
Ajuste aconteceu com a companhia sob o comando da equipe gestora escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro
Foto: DivulgaçãoA Petrobras anunciou nesta terça-feira (24) que aumentará o preço da gasolina para as distribuidoras a partir do dia 25 de janeiro. Os demais combustíveis não tiveram os preços alterados. Trata-se de um aumento de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro. O acréscimo nominal é de R$ 0,23 por litro, o que representa uma alta de 7,46%.
“Esse aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, informou a Petrobras.
Preços nos postos
Vale lembrar que o valor final dos preços dos combustíveis nas bombas depende não só dos valores cobrados nas refinarias, mas também de impostos e das margens de lucro de distribuidores e revendedores. Os postos têm liberdade para estabelecer os preços cobrados; assim, quando há queda do preço cobrado pela Petrobras, a diferença pode demorar ou nem chegar às bombas.
Segundo a Petrobras, a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos faz com que a parcela que fica com a empresa seja de, em média, R$ 2,42 a cada litro vendido na bomba.
Primeira alta
Essa é a primeira alta no preço dos combustíveis no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu a Presidência no dia 1º deste mês. O último reajuste dos preços da gasolina havia sido realizado em dezembro, com redução de 6,1%. No patamar anterior, os preços da gasolina brasileira eram negociados abaixo dos preços do mercado internacional.
Mercado externo
O preço do petróleo brent, referência para a Petrobras, ultrapassa os US$ 88 nesta terça no mercado internacional e, conforme ressalta o Goldman Sachs, os preços da gasolina na costa do Golfo já avançaram 37% em reais.
“Assim, acreditamos que a Petrobras está seguindo, até certo ponto, movimentos de preços internacionais. Finalmente, notamos que este ajuste aconteceu sob a equipe gestora escolhida pelo governo anterior [de Jair Bolsonaro]. A nomeação do novo CEO [Jean Paul Prates] será discutida pelo conselho na quinta-feira, de acordo com a Petrobras”, reforça o Goldman.
Levando em consideração esse aumento, o Goldman vê agora os preços da gasolina da Petrobras 17% abaixo dos preços do Golfo, enquanto vê os preços do diesel 9% abaixo. Para referência, o desconto médio face aos preços internacionais foi de 4%/14% para o diesel/gasolina em 2022, aponta o banco. Já as margens de refino consolidadas para a estatal permanecem em níveis saudáveis, apontam os analistas.