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Petrobras quer substituir trabalho humano por robôs e drones nas plataformas

No futuro, toda plataforma terá sua versão “gêmea” no computador de uma sala de controle remoto. (Foto: Tania Regô/Agência Brasil)

Robôs e drones vão ocupar plataformas marítimas de petróleo, no lugar de seres humanos, na próxima década. No Brasil, a Petrobras se prepara para ter sua primeira embarcação sem qualquer pessoa a bordo em 2030, na região do pré-sal. A partir daí, o esperado é que a produção de petróleo passe, aos poucos, a ser comandada remotamente por profissionais especializados, que vão trabalhar em escritórios em terra firme. A “plataforma do futuro” da estatal, no entanto, ainda vai ser contratada.

A digitalização da operação é uma revolução perseguida pela indústria de petróleo no mundo todo. O experimento mais relevante é o da Equinor, em parceria com a TotalEnergies, na Noruega. Na primeira plataforma desabitada, a Oseberg H, não há banheiros, quartos, cozinha ou qualquer outro espaço necessário à presença humana. Um ou dois profissionais embarcam na unidade uma vez por ano. E só para checar se tudo está funcionando.

O esperado é que essa experiência se dissemine nos próximos anos. No futuro, toda plataforma terá sua versão “gêmea” no computador de uma sala de controle remoto. Qualquer movimento executado em uma se repetirá na outra. Em vez de pessoas, robôs vão circular pelas embarcações.

“Existe um processo tecnológico em andamento para diminuir as tripulações das plataformas, com a utilização de robótica, controle e técnicas de Inteligência Artificial. Outro esforço de inovação é o conceito subsea to shore (do fundo do mar à costa), no qual a produção submarina é transferida por dutos para a costa, sem o uso de plataformas”, afirma Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coordenação dos Programas de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia, da UFRJ, e ex-membro do conselho de administração da Petrobras.

Na petrolífera, o programa de automação da produção foi batizado de POB0 (People On Board Zero, em inglês). O projeto está inserido num plano maior de eficiência da Petrobras, o EF100. A estatal se prepara para ser mais eficiente do que a média da indústria já em 2023 e estar entre as líderes do mercado em 2027.

Operação remota

O POB0 foi divulgado pela Petrobras no evento virtual OTC (Offshore Technology Conference), no fim de janeiro. “Acreditamos que, num futuro próximo, teremos o uso intensivo de robôs em plataformas marítimas para fazer inspeções e alguns tipos de procedimentos de operação”, disse Marcelo Ramis, gerente-geral de Eficiência da Operação na Exploração e Produção da Petrobras. No início, as máquinas serão instaladas a cada ano nas atuais plataformas. O controle 100% remoto só será implementado em novas embarcações.

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