Quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de novembro de 2015
No final do ano passado, diante da enormidade de irregularidades descobertas pela Operação Lava-Jato, a Petrobras foi obrigada a tomar uma atitude tão drástica quanto indesejada por sua diretoria. Anunciou que as 23 empresas envolvidas no petrolão iriam para a geladeira, seriam proibidas de participar de licitações da estatal – antes não só participavam, como a vitória era certa – ou de serem contratadas.
“A adoção de medidas cautelares, em caráter preventivo, pela Petrobras tem por finalidade resguardar a companhia e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e de prejuízos a sua imagem”, disse a estatal na ocasião. A promessa ficou no vazio. Documentos obtidos pela revista Época mostram que a petrolífera ainda irrigará os caixas de empresas envolvidas até o pescoço no petrolão.
A ajuda às empreiteiras começou em maio deste ano e avançou. Apesar dos alertas de seu Departamento Jurídico, a Petrobras criou a “conta vinculada”, para irrigar com até 1 bilhão de dólares o caixa dos estaleiros controlados por Odebrecht, OAS, UTC e Engevix. As quatro primeiras são sócias no estaleiro Enseada e a última no Ecovix, contratados para construir dez cascos, como são chamados os navios reformados e convertidos em plataformas de petróleo para operar no pré-sal a partir de 2020.