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Preço mundial do petróleo fecha em alta de mais de 5%; dólar sobe para R$ 5,47 no Brasil

O barril do tipo Brent – usado como referência na maior parte do globo – subiu 5,03%, a US$ 77,62. (Foto: Reprodução)

Os preços do petróleo dispararam mais de 5% no fechamento dessa quinta-feira (3), com temores de que a escala dos conflitos no Oriente Médio interrompa o fluxo de exportação da região. As atenções do mercado se voltam ao risco de Israel bombardear estruturas petrolíferas do Irã em retaliação ao ataque de mísseis na terça (1º), e de um possível bloqueio do Estreito de Ormuz por Teerã.

O barril do tipo Brent – usado como referência na maior parte do globo – subiu 5,03%, a US$ 77,62. Já o WTI teve ganho de 5,15%, negociado a US$ 73,71 o barril.

Especialistas alertam que ainda há um risco real de que a guerra regional emergente no Oriente Médio possa causar um aumento devastador nos preços do petróleo, o que abalará não apenas a economia mundial, mas talvez também a eleição presidencial dos EUA.

“Isso vai piorar antes de melhorar. A história do garoto da vila que gritou lobo não terminou bem — para a vila ou para o garoto”, disse Bob McNally, presidente da empresa de consultoria Rapidan Energy Partners.

Israel bombardeou Beirute na manhã dessa quinta, matando pelo menos seis pessoas, depois que suas forças sofreram o dia mais mortal na frente libanesa em um ano de confrontos com o Hezbollah apoiado pelo Irã.

Há preocupações de que tal escalada possa levar o Irã a bloquear o Estreito de Ormuz ou atacar a infraestrutura saudita, como fez em 2019, disse o analista da Panmure Gordon, Ashley Kelty.

O cotovelo de mar que conecta o Golfo Pérsico com o Golfo de Omã é uma peça fundamental para a logística global. Por lá, passa 21% de todo o petróleo do planeta. É a esquina mais importante do mundo para os combustíveis.

Sempre que a temperatura geopolítica sobe no Oriente Médio, Ormuz volta a surgir nas conversas do mundo do petróleo e combustíveis. O estreito tem o Irã como margem ao norte e Omã ao sul. E é por lá que passa mais de um quinto de todo o petróleo produzido e consumido pelo planeta.

No trecho mais crítico, Ormuz tem 33 quilômetros de largura. Parece bastante largo, mas o trecho navegável pelas grandes embarcações petroleiras tem pouco mais de 3.000 metros de largura em cada direção.

Dólar

O dólar à vista fechou em alta ante o real nessa quinta, reagindo a escalada do conflito no Oriente Médio. O movimento foi alinhado com a força da moeda no exterior, à medida que investidores buscavam por ativos mais seguros.

Outro impulso para o dólar veio dos Treasuries, que sustentavam ganhos após dados fortes do setor de serviços dos EUA reforçarem previsões de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros em novembro – um ajuste menor do que o de setembro.

O dólar à vista subiu 0,54% ante o real, a R$ 5,473 na compra e na venda. Na B3 (Bolsa de Valores brasileira), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,41%, a 5.485,70 pontos.

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