A PF (Polícia Federal) está investigando se a Polícia do Senado tem e usou equipamentos de grampo telefônico nas supostas tentativas de atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato. As suspeitas de que foram feitas escutas clandestinas surgiram ao longo das investigações e foram reforçadas nos últimos dias com indícios de vazamento de informações sigilosas. Por esse motivo, a polícia antecipou a deflagração da operação.
O policial legislativo Geraldo César de Deus Oliveira, um dos presos da Operação Métis, na sexta-feira, confirmou ter realizado uma varredura contra grampos por ordem do seu superior na Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, em endereços ligados aos senadores Fernando Collor (PTC/AL) e Gleisi Hoffmann (PT/PR), ao ex-presidente José Sarney (PMDB) e ao ex-senador Lobão Filho (PMDB-MA).
Oliveira disse que chegou a manter contato telefônico com a PGR (Procuradoria-Geral da República) para informar das varreduras. Ele afirmou que temia ser confundido com “um espião” e também ser acusado de estar protegendo parlamentares investigados.
A primeira varredura com esses aparelhos que despertou suas suspeitas, disse Oliveira, foi realizada na casa de Marcos Regada, segundo ele, um genro do ex-senador Lobão Filho. (AG)