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Política Mulher que pichou estátua pede perdão, diz que não invadiu prédios e agiu no calor do momento

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Ela apagou mensagens de seu celular entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023 – o que a Polícia Federal considera uma tentativa de destruir provas. 

Foto: Reprodução
Manifestante paulista de 39 anos estava encarcerada desde março de 2023. (Foto: Reprodução)

A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, presa durante os atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 e acusada de ter pichado a estátua “A Justiça” em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em interrogatório que “não fazia ideia do bem financeiro e do bem simbólico” do monumento.

Ouvida pela Justiça, Débora classificou o próprio gesto como “ilegal”, disse que “feriu” o Estado Democrático de Direito e pediu perdão. A cabeleireira é acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter aderido ao movimento golpista para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre as provas apontadas pela PGR está a declaração da própria Débora de que se instalou no acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília, na véspera dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. O acampamento contava com pessoas defendendo intervenção militar, o que é inconstitucional.

Ela também apagou mensagens de seu celular entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023 – o que a Polícia Federal considera uma tentativa de destruir provas. Os investigadores ressaltam que ela ainda fez parte da multidão que invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes.

O Supremo entendeu que no dia 8 de janeiro de 2023 os ataques configuraram o chamado crime de multidão, quando um grupo comete uma série de crimes, sendo que um influencia a conduta do outro, em um efeito manada. Com isso, todos precisam responder pelo resultado dos crimes.

No depoimento, a mulher disse que foi induzida a pichar a frase “perdeu, mané” na estátua.

“Eu queria dizer que não foi premeditado. Sou cidadã de bem. Quando eu me deparei lá em Brasília, no movimento, eu não fazia a ideia do bem financeiro e do bem simbólico daquela estátua. Quando eu estava lá já tinha uma pessoa fazendo a pichação. Faltou talvez um pouco de malícia da minha parte. Porque ele começou a escrita e falou assim: ‘Eu tenho a letra muito feia, moça, você pode me ajudar a escrever?’ E aí eu continuei fazendo a escrita da frase dita pelo ministro Barroso”, disse.

Ela disse que não participou da destruição dos prédios públicos. “Só fiquei na praça, estava tirando fotos. Achei os prédios muito bonitos. Apareceu esse indivíduo, que nunca vi na vida, falando pra mim e caí”.

Debora afirmou ainda que o calor do momento “alterou a faculdade mental” dela.

“Eu queria pedir perdão para o Estado Democrático de Direito. Estar aqui me fez refletir muita coisa. O país depende de hierarquias que precisam ser respeitadas. O Estado foi ferido com meu ato. Foi isolado, não pretendo repetir”.

Na semana passada, a Primeira Turma do Supremo começou a julgar se Debora vai ser condenada ou absolvida. Relator, o ministro Alexandre de Moraes, votou para condená-la a 14 anos de prisão. O voto foi acompanhado pelo ministro Flávio Dino.

O julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Luiz Fux, que pediu mais tempo para avaliar o caso mais detalhadamente.

“Eu tenho que fazer uma revisão dessa dosimetria, porque se a dosimetria é inaugurada pelo legislador, a fixação da pena é do magistrado”.

Débora Rodrigues responde na Justiça por cinco crimes:

– abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
– golpe de Estado;
– dano qualificado;
– deterioração do patrimônio tombado;
– associação criminosa armada.

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