Um piloto de 40 anos e um mecânico de aeronaves, de 29 anos, estão presos suspeitos de narcotráfico na Venezuela. O sumiço de ambos é investigado desde novembro pela Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco), em Campo Grande, quando a polícia soube que a dupla atuava em dois aeroportos particulares e houve o suposto sumiço deles.
“Eles trabalhavam nos aeroportos Teruel e Santa Maria aqui, sendo que houve o sumiço e pessoas ligadas a eles nos informaram. Neste cenário de narcotráfico, existe uma espécie de guerra do silêncio e por isso não foi feito o boletim de ocorrência, existia apenas um auto de investigação na delegacia”, afirmou ao G1 a delegada Ana Cláudia Medina, titular da unidade policial.
Desde o início, ainda conforme a delegada, havia a suspeita do envolvimento de ambos com o narcotráfico. “Nós soubemos de algumas condutas que eles estavam adotando no portuário, algo que na área da aviação é indicativo de que a pessoa está atuando para o narcotráfico, por exemplo. Então, o desaparecimento poderia estar ligado a este crime. Com o tempo, a investigação apontou que eles poderiam estar fazendo o transporte de droga, mais precisamente a cocaína”, explicou.
Segundo Medina, a polícia possui conhecimento sobre tal logística. “Eles tiveram a falta de combustível e por isso foi necessário pousar em um local onde não seria o ponto ideal para eles. Ao chegar, foram surpreendidos pela polícia venezuelana. No avião existiam algumas mangueiras conectadas onde eles fazem o reabastecimento do tanque do avião em voo e esse provavelmente era o papel do mecânico. São 7 a 8 galões, algo que corresponde a quase 500 litros”, comentou.
Ao chegar no destino, os suspeitos descartam os galões e lá abastecem o veículo com a droga. “Como eles foram presos vão responder primeiramente para a justiça venezuelana e depois vão vir para cá. Aqui no estado eles eram bastante conhecidos e poderíamos até dizer que eram acima de qualquer suspeita na aviação. No entanto, ambos tiveram mudanças bruscas e então fizemos contato com Paraguai, Venezuela, Argentina, entre outros, até para dar um retorno para a família e demais envolvidos”, finalizou.