Com lágrimas nos olhos, o zagueiro Gerard Piqué lamentou a repressão da polícia espanhola contra o referendo da independência da Catalunha, proibido pela Justiça, neste domingo (1º). O número de feridos chega a 844 pessoas, segundo o governo da região.
Em entrevista após partida com portas fechadas no Camp Nou, o estádio do Barcelona, o zagueiro revelou que acha compatível sentir-se catalão e jogar com a seleção da Espanha, mas que pode deixar a equipe espanhola caso a Federação deseje. “Quando se vota, pode-se votar que sim ou que não. Pode-se votar em branco, mas se vota”, insistiu Piqué, que depositou seu voto antes da partida.
Pique defiende el derecho a voto y llora al recordar las agresiones de la Guardia Civil contra la gente indefensa pic.twitter.com/fItK9up51H
— FCBarcelona Live (@VidaBlaugrana2) 1 de outubro de 2017
“Aqui durante muitos anos se viveu o franquismo, as pessoas não podiam votar. E agora podem. Sou e me sinto catalão e hoje, mais do que nunca, me sinto orgulhoso de ser catalão. Não soube de nenhum ato de agressão e teve que vir a Polícia Nacional e a Guarda Civil atuarem da maneira como agiram?”, questionou o craque.
O zagueiro explicou que os jogadores aceitaram jogar, depois que a direção falhou em tentar adiar a partida. O jogo foi realizado sem público em protesto às ações policiais na Catalunha. “Foi um jogo muito difícil. Foi a pior experiência que tive em minha vida como profissional”, garantiu Piqué na zona mista, após vitória por 3 a 0 sobre o Las Palmas. O Barcelona disputou o jogo sem torcida por decisão do clube.
“Também posso dizer que se o professor (Julen Lopetegui) ou qualquer pessoa da Federação ache que sou um problema ou que atrapalho, não tenho nenhum problema em dar um passo para o lado e deixar a seleção antes de 2018”, como tinha anunciado.